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Anvisa libera venda de remédio para combater câncer

08 out 2010 às 17:05

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de conceder a alteração para comercialização do lapatinibe (Tykerb®), da GlaxoSmithKline (GSK), no Brasil. O lapatinibe, desta vez combinado com o letrozol — um inibidor da aromatase (AI) — já pode ser usado no tratamento de mulheres pós-menopáusicas com câncer de mama metastático com superexpressão de HER2 (ErbB2), positivo para o receptor hormonal (HR+), e para as quais a quimioterapia pode não estar prevista.

A nova indicação desafia a opção de tratamento até então utilizada, quando o lapatinibe — que é uma terapia alvo-dirigida oral —, deveria ser, obrigatoriamente, combinado com a capecitabina, um tipo de quimioterápico também oral. "Vivemos um novo momento, no qual o oncologista poderá ampliar suas escolhas de tratamento, adequando-o ao perfil de suas pacientes. A novidade beneficiará muitas mulheres que sofrem com o doença, já que 70% das que têm câncer de mama são hormônio positivas", destaca o Dr. Císio Brandão, gerente médico da GSK Oncologia.


O médico explica que a superexpressão de HER2 em pacientes com câncer de mama com receptores hormonais positivos confere uma resistência endócrina relativa ao câncer que pode dificultar o controle da doença. "A combinação de lapatinibe com um inibidor de aromatase confere às pacientes selecionadas um controle da doença, sem a necessidade de uso de agentes quimioterápicos por um período significante", afirma o Dr. Brandão.


O resultado do estudo que levou à nova indicação de comercialização do lapatinibe (Tykerb®) envolveu mais de 1.200 mulheres pós-menopáusicas com câncer de mama metastático.


As análises finais mostraram que a combinação do lapatinibe (Tykerb®) com o letrozol, como tratamento de primeira linha para essas pacientes, proporcionou uma melhora significativa no tempo de progressão da doença quando comparada ao tratamento com letrozol mais placebo. Mulheres diagnosticadas com câncer de mama metastático apresentaram um aumento significativo na sobrevida livre de progressão da doença se comparadas às mulheres tratadas exclusivamente com letrozol mais placebo — 8,2 meses versus 3,0 meses, respectivamente.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que 25 milhões de mulheres no mundo serão diagnosticadas com câncer de mama nos próximos 25 anos e mais de dez milhões podem morrer nesse período. A cada ano são disgnosticados 1,3 milhão de novos casos de câncer de mama no mundo. Na população brasileira, esse é o tipo de câncer mais incidente, correspondendo a três em cada dez casos de câncer diagnosticados entre as mulheres. Para 2010, são previstos 49 mil novos casos (com Approach Comunicação).


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