Alerta
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) avalia uma nova terapia para câncer de pulmão chamada tarlatamabe, da Amgen, e nesta segunda-feira (4) solicitou mais informações à farmacêutica como parte do processo para aprovação do medicamento.
Segundo especialistas, a taxa de resposta pode ser até três vezes maior do que a dos tratamentos disponíveis atualmente.
O medicamento é indicado para pacientes que têm câncer de pulmão de pequenas células e que já tentaram outras linhas de tratamento, mas pararam de responder aos medicamentos.
O câncer de pequenas células é o tipo mais agressivo no pulmão, embora não seja o mais comum.
Devido à metástase, a primeira linha de tratamento costuma ser a quimioterapia, seguida pela imunoterapia. O problema é que, depois de cerca de nove ou dez meses, o tumor volta a progredir, e o paciente para de responder à medicação. A proposta da nova droga é ser aplicada nessa fase do tratamento.
O medicamento, comercializado sob o nome de Imdelltra, faz parte da linha de anticorpos biespecíficos da Amgen projetados para se ligar a uma célula cancerosa e a uma célula imune, aproximando-as para que o sistema imunológico do corpo possa matar o câncer.
Resultados de um estudo de fase intermediária publicado no ano passado no Nejm (The New England Journal of Medicine) mostraram que os tumores diminuíram em 40% dos pacientes que receberam 10 mg de tarlatamabe por infusão intravenosa a cada duas semanas.
Nos Estados Unidos, o medicamento teve a aprovação da FDA (agência americana que regulamenta drogas e alimentos) em maio deste ano.
O preço nos EUA do Imdelltra é de US$ 31.500 (cerca de R$ 161 mil) para o primeiro ciclo e US$ 30 mil (ou R$ 153 mil) para infusões adicionais. Para um ano de tratamento, o preço chegaria a US$ 781.500 (aproximadamente R$ 4 milhões).
No Brasil, incidência e mortalidade associadas à neoplasia pulmonar são consideradas altas.
A estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) é de que apenas em 2024 surjam mais de 32 mil casos novos de câncer de pulmão no país, sendo 18 mil entre homens e 14 mil entre mulheres. Em 2022, 29 mil mortes foram provocadas pela doença.
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