Segundo balanço da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgado nesta quarta-feira, 6, 53.575 medicamentos falsificados e contrabandeados foram apreendidos entre janeiro e agosto deste ano em todo o País, além de 62,9 toneladas de remédios sem registro.
Em 2009, foram feitas 53.535 apreensões de produtos falsificados e contrabandeados. Também foram retidas 235 toneladas de medicamentos sem registro. De acordo com o chefe de Inteligência da Anvisa, Adílson Bezerra, esse sério problema deve ser encarado como uma questão de saúde pública. Segundo ele, a venda de remédios controlados também aumentou.
"A falsificação de medicamentos migrou para dentro das drogarias e farmácias. Quando entra, o consumidor não sabe que está comprando um produto irregular, corrompido, contrabandeado, sem registro. Temos de combater esse tipo de delito", afirmou.
Para o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Raposo, o número de apreensões registrado este ano é alto, mas representa a capacidade de equipes do próprio órgão e da Receita Federal de se articular e combater o mercado paralelo de medicamentos.
"A mensagem mais importante é que as autoridades sanitárias e de combate à falsificação estão unidas, trabalhando há anos e introduzindo mecanismos para assegurar a qualidade dos produtos. Não é um problema só do Brasil", disse, ao se referir a países europeus e aos Estados Unidos.
Entre 2007 e 2010, as operações realizadas chegaram a 135 e o número de prisões a 526, com um total de 2 mil estabelecimentos inspecionados e 38% deles interditados. As principais apreensões incluem 237 mil caixas de medicamentos controlados. Este ano, 20 mil comprimidos hospitalares foram desviados do Sistema Único de Saúde (SUS) e localizados posteriormente.
As operações foram realizadas em parceria com o Ministério da Justiça, as polícias Federal e Rodoviária Federal, o Ministério Público, as polícias civis estaduais e as secretarias de Vigilância Sanitária dos Estados e municípios.
Este ano, 32,5% das inspeções resultaram em prisões e 46,9% dos locais inspecionados foram interditados. As fiscalizações são feitas em indústrias, farmácias, drogarias, clínicas, hospitais, distribuidoras, academias de ginástica e outros lugares que comercializam medicamentos e produtos sujeitos à vigilância sanitária.