Alergias respiratórias, como rinite e asma, atingem cerca de 30% da população no País, de acordo com informações da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai).
O Dia Nacional de Combate à Asma, lembrado na próxima quarta-feira (21), acontece justamente no primeiro dia do inverno, estação que registra aumento dos casos de alergia, devido às baixas temperaturas e mudanças bruscas do tempo.
Alergologista do Hospital VITA Batel, Loraine Landgraf explica que isso ocorre porque essas condições climáticas facilitam a proliferação de ácaros, fungos e vírus circulantes. "Além disso, o ar mais frio e seco deixa as mucosas do trato respiratório, nariz, garganta e brônquios mais irritados e inflamados". Outros fatores que aumentam o número de ocorrências, segundo Loraine, são a permanência em lugares fechados e
mal-ventilados e o uso roupas e cobertores de frio que foram alojados no armário por
muito tempo.
Com características bem diferentes, a especialista aponta que é fácil discernir uma alergia da outra. A rinite causa inflamação na mucosa do nariz, o que provoca congestão nasal, coriza, coceira no nariz, olhos e garganta, espirros e tosse - sintomas que afetam a qualidade do sono, por exemplo. Já a asma é caracterizada por crises de falta de ar, tosse e chio no peito. "Se não for tratada, a asma pode prejudicar o paciente em suas atividades habituais como estudo, trabalho a até na prática de atividades físicas", afirma a alergologista.
Médico deve guiar tratamento - Como são doenças crônicas, as alergias podem ser controladas, mas não existe cura. De acordo com a pediatra do Hospital VITA Curitiba, Lygia Coimbra, o tratamento profilático pode ser indicado, de acordo com a gravidade, intensidade e frequência dos sintomas. "O mais importante é salientar que o início e a
interrupção do tratamento devem ser indicados por um médico, nunca por conta do
paciente ou familiares. O tipo e frequência do tratamento dependem do objetivo, que pode ser prevenção de crises ou tratamento do episódio agudo", ressalta.
O diagnóstico, segundo Lygia, pode ser feito por meio de alguns exames, dependendo da faixa etária do paciente. "Em geral, um bom histórico clínico e exame físico, aliados à história prévia do paciente e seus familiares, são praticamente confirmatórios destes diagnósticos", descreve a especialista. Exames laboratoriais e de função pulmonar são complementares, pois confirmam a suspeita clínica e podem sinalizar substâncias que desencadeiam alergia (alergênicas).
Prevenção simples
A dica principal para evitar alergias, aponta Loraine, é manter-se longe de ambientes fechados, pouco ensolarados e sem ventilação. Arejar a casa e reforçar cuidados com a limpeza também são essenciais. A higiene também vale para as roupas de invernos, como pijamas, blusas de lã, casacos, edredons, cobertores, que devem ser lavados e secados ao sol, se ficaram guardados por muito tempo. "Com as medidas preventivas e profiláticas prescritas pelo seu alergista, o outono e inverno serão estações com menos crises alérgicas e melhor qualidade de vida", resume Loraine.
Outra forma de se prevenir é ingerindo grande quantidade de líquidos, o que - segundo Lygia - garante a umidificação da via aérea. "Evitar a substância alergênica, usar a medicação prescrita pelo médico para prevenção e nunca descontinuar o uso por conta própria, também são essenciais", alerta. A médica recomenda ainda praticar exercícios físicos e evitar o contato com fumaça de cigarro, como forma de melhorar a capacidade pulmonar. Boa alimentação, qualidade do sono e vacinas anti-influenza e H1N1 também são formas de aumentar a imunidade, evitando alergias.
Ficha técnica das alergias no inverno
Dados estatísticos
Estima-se que, no Brasil, 10% da população sofra com algum tipo de alergia. Rinite e asma são as principais: atingem 30% e 10% dos brasileiros, respectivamente. Os dados são da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai).
Causas
Queda e variações bruscas de temperatura, que aumentam a proliferação de ácaros, fungos e vírus que irritam ou inflamam mucosas do trato respiratório; lugares fechado, mal-ventilados e pouco ensolarados; roupas e cobertores de frio que ficaram muito tempo no armário.
Sintomas da rinite
Inflamação na mucosa do nariz, que causa: congestão nasal; coriza; coceira no nariz olhos e garganta; espirros e tosse.
Sintomas da asma
Crises de falta de ar; tosse e chio no peito.
Prevenção
Prevenir alergias: Evitar permanência em ambientes fechados, pouco ventilados e sem incidência de sol; arejar a casa; limpar a casa; lavar roupas de lã e cobertores de inverno antes e usar e secá-los ao sol; manter orientações médicas para evitar crises e ingerir grande quantidade de líquido.
Melhora do pulmão: evitar contato com fumaça de cigarro e praticar exercícios físicos. Aumento da imunidade: boa alimentação; boa qualidade do sono e vacinas anti-influenza e H1N1.