O advogado de defesa da médica Virgínia Soares, acusada de antecipar mortes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba, Elias Mattar Assad, disse nesta segunda-feira (1) que tem uma testemunha anônima que desmentiria todas as acusações. Ele ainda afirmou que as autoridades paranaenses foram manipuladas por uma operação que teve comando em São Paulo.
A declaração foi dada após a segunda apresentação da ex-chefe da UTI ao Tribunal do Júri. Assad afirmou que antes do feriado recebeu uma ligação que denúncia um esquema que teria criado as denúncias de antecipação de mortes. "Essa operação teve um comando por São Paulo e nós vamos revelar os bastidores vergonhosos que nortearam esse processo na fase policial".
Assad disse que vai apresentar estas provas, em prazo de dez dias, na forma de uma carta escrita pela pessoa que teria entrado em contato com o advogado, por telefone. Ele afirmou que se trata de provas "fidedignas" que dão "detalhes que podem ser encontrados em determinados locais".
O advogado não especificou se a "operação" envolve um esquema para prejudicar a médica ou o Hospital Evangélico, mas disse que o caso é mais grave do que parece. "As autoridades do Paraná foram manipuladas e muito bem manipuladas", destacou.
Apresentação - a médica Virgínia Soares esteve no Tribunal do Júri, em Curitiba, para cumprir determinação judicial de comparecer, uma vez por mês em juízo, após deixar a prisão no dia 20 de março. Segundo o advogado, ela recebeu orientações da Justiça, como não repassar informações sobre o inquérito para terceiros e não viajar antes de comunicar a Justiça.
Virgínia, conta o advogado, depois que deixou a prisão permanece em casa e estaria retomando, ao poucos, sua rotina. Porém, ele disse que ela não está exercendo a profissão.