No Brasil, o câncer de esôfago representa uma realidade alarmante, sendo o sexto mais comum entre os homens e o 15º entre as mulheres, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). Esse tumor, que afeta o tubo que liga a garganta ao estômago, é o oitavo mais frequente no mundo com uma incidência estimada de mais de 10 mil casos novos para os anos de 2023-2025 segundo dados do Inca.
Para Thais Abreu de Almeida, oncologista do IOP - Instituto de Oncologia do Paraná, o tabagismo e o etilismo estão entre os principais hábitos relacionados ao câncer de esôfago e, quando combinados, o risco é ainda maior. Estima-se que um a dois maços de cigarro ao dia podem aumentar em até duas vezes o risco de câncer de esôfago.
Há uma associação entre infecção por HPV e câncer de esôfago, porém estudos ainda não conseguiram conformar se esta associação é etiológica. Outros fatores de risco são ingestão frequente de líquidos ou alimentos em alta temperatura, má higiene oral, acalasia e ingestão acidental de soda cáustica.
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“O tratamento da obesidade, do refluxo gastroesofágico e do esôfago de Barrett podem auxiliar na prevenção do câncer de esôfago, assim como alimentação rica em fibras, frutas e vegetais", explica a especialista.
Estágio inicial
“O diagnóstico em estágio inicial é raro devido à ausência de sintomas nesta fase, ou apenas sintomas inespecíficos como náuseas ou refluxo gastroesofágico, que levam o indivíduo a realizar acidentalmente uma endoscopia digestiva alta", explica a médica.
Segundo ela, na maioria dos casos a doença é descoberta em estágios mais avançados que ocasionam sintomas como dificuldade para engolir, engasgos frequentes, dor no peito tipo queimação ou pressão e perda de peso não intencional. "Outros sintomas como cansaço podem ocorrer devido à anemia decorrente de sangramento do tumor, tosse seca ou rouquidão. É extremamente importante buscar auxilio médico aos primeiros sintomas”, acrescenta.
Mais comumente, os especialistas que avaliam estes casos são os clínicos gerais, gastroenterologistas ou oncologistas que, em geral, solicitarão exames de sangue para investigar anemia e um exame de endoscopia digestiva alta que avaliará internamente o tubo digestivo alto que inclui o esôfago, estômago e duodeno. Na presença de uma lesão tumoral nesta região é possível realizar uma biópsia diagnóstica no próprio procedimento de endoscopia.
“Indivíduos com uma condição chamada esôfago de Barrett apresentam alto risco para câncer de esôfago e devem realizar exames de endoscopia com frequência a fim de detectar lesões pré-cancerígenas”, destaca Almeida.
A especialista enfatiza ainda que a conscientização sobre o câncer de esôfago é crucial para a identificação precoce da doença, possibilitando um tratamento mais eficaz que pode envolver desde cirurgia, quimioterapia, radioterapia e até imunoterapia em estágios mais avançados.
Quanto mais precoce o diagnóstico maiores são as chances de cura. Portanto, é fundamental estar atento aos sintomas e buscar orientação médica diante de qualquer suspeita. Juntos, podemos combater essa doença e promover a saúde de todos.