A abobrinha foi o alimento no qual foram encontrados mais resíduos de agrotóxicos, segundo pesquisa divulgada hoje (14) no relatório final do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre as amostras de abobrinha, alface, feijão, fubá de milho, tomate e uva, 25% apresentaram irregularidades.
As amostras foram coletadas em 2012 em supermercados e feiras, em todos os estados brasileiros. O levantamento mostra que 1,9% dos alimentos tem uma quantidade de agrotóxico acima do limite, e em 23% foram encontrados resíduos de produtos não autorizados para a cultura do alimento.
Entre as 229 amostras de abobrinha, 48% foram consideradas insatisfatórias, 45% por terem ingredientes ativos não autorizados. Segundo a gerente-geral de toxicologia da Anvisa, Ana Maria Vekic, isso pode acontecer porque existem poucos produtos registrados para o cultivo da abobrinha.
Das 240 amostras de alface 45% foram reprovadas, o feijão, das 245, teve 7,3% insatisfatórias, o fubá de milho, das 208 amostras apresentou 2,9% insatisfatórias; no caso do tomate, das 246 amostras, 16% e a uva, das 229, teve 29% com irregularidades.
Apesar dos resultados, a superintendente de toxicologia da Anvisa, Sílvia Cazenave, assegura que os benefícios de consumir alimentos in natura superam os riscos da ingestão de resíduos de agrotóxicos. "A melhor recomendação é que as pessoas devem variar muito o tipo e de alimento que consomem", recomendou Sílvia.
O objetivo da Anvisa é rastrear o alimento e chegar até o produtor para orientá-lo a usar os agrotóxicos da forma adequada.