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Idade avançada pode aumentar risco de ocorrer queda em casa

Juliana Santos - Folhapress
20 set 2021 às 11:59

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- Pixabay
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Tropeçar, escorregar, perder o equilíbrio e cair são experiências que fazem parte da vida de qualquer um. No entanto, com o avanço da idade, o corpo humano começa a demorar mais para se recuperar desses acidentes. Ao mesmo tempo, alterações na nossa forma de andar e na composição de músculos e ossos tornam as quedas cada vez mais frequentes.

Moisés Cohen, diretor do Instituto Cohen de Ortopedia e médico no Hospital Israelita Albert Einstein, explica que quedas são comuns, chegando a afetar até 50% das pessoas com idade acima dos 80 anos –a maioria ocorre na residência ou em casas de repouso.


"Não é só pela idade, mas pela fraqueza muscular, a falta de equilíbrio e as condições do ambiente", conta o ortopedista. "Um tapete de banheiro muito escorregadio, degraus de diferentes níveis, escadas, são situações que predispõem estas quedas."

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Os efeitos destes acidentes são variados. Duas fraturas frequentes acontecem na parte superior do fêmur (o osso mais longo do corpo, que vai do início da coxa até o joelho) e no quadril. Em quedas em que se bate a cabeça, o acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio é um risco muito grave.

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Estas lesões costumam ser tratadas com cirurgia, embora outras possam ser resolvidas com imobilização e repouso. "Nem sempre a recuperação total é possível", alerta Cohen, "por conta da gravidade da fratura e das condições ósseas do paciente".

Fabrício Buzatto, médico fisiatra, explica: "O processo de recuperação do idoso é totalmente diferente. O corpo responde de forma mais lenta em todo o processo de cicatrização e consolidação óssea." Ele cita doenças como osteoporose, que enfraquece os ossos e facilita fraturas, e sarcopenia, que reduz a massa muscular - ambas são comuns em idosos, e aumentam o perigo associado às quedas.

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BAQUE NA AUTOESTIMA


Mas existem danos invisíveis ao olhar. O acidente pode reduzir a confiança que a pessoa tem em seu corpo, além de aumentar o medo de sofrer novas quedas. O mestre em enfermagem fundamental pela USP (Universidade de São Paulo) Jack Roberto Silva Fhon escreve em tese de doutorado de 2016 que ansiedade, isolamento e depressão são consequências comuns deste tipo de acidente.

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"O primeiro passo para recuperar a confiança é tratar bem as consequências", diz Buzatto. "Depois, melhorar aspectos clínicos. Baixa vitamina D está associada às quedas, assim como deficiência de vitamina B12 e a perda de força e sensibilidade nas pernas. O exame de vista ou oftalmológico também é fundamental".


O fortalecimento do corpo com exercício físico pode ajudar a retomar suas atividades diárias com segurança. Mas as mudanças também devem ocorrer no ambiente que o idoso habita. "Evitar degraus, desníveis, tapetes soltos e obstáculos pela casa é importante, como a avaliação da saúde", afirma o fisiatra.

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Moisés Cohen sugere a instalação de adaptações de barras de apoio, principalmente nos banheiros e box, bem como uma cadeira higiênica para se sentar durante o banho. Os especialistas chamam atenção aos animais de estimação, que, ao correr pela casa ou pular em seus donos, podem provocar graves acidentes.


Quando houver dor ou tontura, o ideal é não tentar levantar-se sozinho. Ter um telefone ou um alarme por perto é essencial para chamar ajuda.

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SAIBA MAIS


Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), entre 28% a 35% dos idosos com mais de 65 anos sofrem quedas todos os anos; a frequência aumenta com a idade. Mas há como evitar!

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LESÕES MAIS COMUNS


Fraturas (frequentemente no quadril e fêmur)

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Deslocamento das articulações


Torções


Escoriações, ou ferimentos com pontos


DORES INVISÍVEIS – A síndrome pós-queda


Confusão, queda na autoestima ou depressão


Medo ou ansiedade ao realizar tarefas simples ou abandonar atividades diárias para não voltar a cair –afetando o autocuidado e relacionamento com outras pessoas


Aumento na dependência e a perda de autonomia


FATORES DE RISCO:


- Saúde


Fragilidade (baixa energia, caminhar mais lento, perda de força e de massa muscular)


Múltiplas doenças, em especial relacionadas ao coração, músculos e ossos


Problemas de visão


Doença de Parkinson ou demências


Uso de múltiplos medicamentos, principalmente sedativos


- Comportamento


Consumo excessivo de álcool


Calçados inadequados (andar descalço ou só de meias; chinelos com solas escorregadias, saltos 

altos, solas finas e duras, e sapatos grandes ou pequenos demais)


Falta de exercícios


Histórico de quedas


- Ambiente


Degraus estreitos Pisos escorregadios, principalmente em escadas Tapetes e fios soltos 

Iluminação insuficiente Calçadas com rachaduras e buracos Móveis instáveis


Como evitar:


- Saúde:


Gerenciamento e redução do número de medicamentos, quando possível


Tratamento de visão


Prevenção das quedas de pressão arterial ou hipotensão ortostática


Suplementação de vitamina D e cálcio


Reabilitação dos problemas de mobilidade e fraqueza


- Comportamento:


Moderação no consumo de álcool


Prática consistente de exercícios, sem focar na intensidade


Treinamento de equilíbrio e marcha (caminhar), com uso de artefatos de apoio


Uso de calçados antiderrapantes e confortáveis


- Ambiente


Corrimão nos dois lados das escadas


Barras de apoio em todos os cômodos


Boa iluminação durante todo o dia


Pisos antiderrapantes, principalmente nos banheiros e box do chuveiro

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