Saúde

Esmalte, salsicha e sol do meio-dia: quais agentes externos podem causar câncer?

28 fev 2024 às 11:00

Diversos fatores de risco estão associados direto ou indiretamente ao câncer. Estima-se que até 2025 surjam 704 mil novos casos da doença no Brasil. Apesar de o número ser assustador, a boa notícia é que aproximadamente 40% desses casos podem ser prevenidos ao evitar fatores de risco, segundo a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde).


Manter um estilo de vida saudável pode diminuir as chances de desenvolvimento de câncer, que ocorre quando células normais sofrem alterações genéticas que afetam seu crescimento e função. As células alteradas passam a se multiplicar de forma descontrolada, formando tumores, e assim o câncer pode se espalhar para outras partes do corpo, invadindo tecidos e órgãos saudáveis, processo conhecido como metástases.


Os fatores relacionados ao estilo de vida, podem desencadear a doença como: alimentação inadequada, falta de atividade física, obesidade, consumo excessivo de álcool e exposição a substâncias carcinogênicas — a exemplo de tabaco e amianto — e à radiação ionizante. “Além, é claro, de predisposição genética e certas infecções virais, como o HPV e o vírus da hepatite B e C”.



SOL DO MEIO DIA E ALIMENTAÇÃO 


A exposição prolongada ao sol não é um fator cancerígeno, mas a radiação ultravioleta (UV) presente na luz solar representa um fator de risco ao desenvolvimento de câncer de pele. A exposição intensa ao sol do meio-dia, quando os raios UVB são mais fortes, aumenta o risco de queimaduras solares e danos ao DNA das células da pele, o que pode levar ao desenvolvimento de câncer de pele.


Além da exposição ao sol, a relação entre alimentação e câncer também é importante ser ressaltada. Embora não exista uma dieta específica que garanta proteção total contra a doença, há evidências crescentes de que certos hábitos alimentares podem influenciar no risco de seu desenvolvimento. 


Alguns estudos sugerem uma possível associação entre o consumo excessivo de carnes processadas, como salsichas, presuntos e bacon, e um maior risco de câncer colorretal. O risco pode ser atribuído à presença de substâncias carcinogênicas, como nitratos e nitritos, que são utilizados para preservar e processar esses alimentos. O fator cancerígeno nesses casos está mais relacionado ao consumo frequente e em quantidades consideráveis desses alimentos.



Outro elemento tido pelo senso comum enquanto possível vilão é o esmalte para unhas, porém não há evidências científicas de que o item possa causar câncer. No entanto, alguns esmaltes podem conter substâncias químicas que estão associadas a possíveis efeitos adversos à saúde, como irritação ou alergias cutâneas.


Além dos fatores já mencionados, outros menos conhecidos também podem estar associados ao risco de desenvolvimento da doença. Infecções crônicas, como o vírus da hepatite, o vírus Epstein-Barr e o Helicobacter pylori, podem aumentar o risco de câncer de fígado, nasofaringe e estômago, respectivamente. Além disso, a exposição a certos produtos químicos industriais, fatores hormonais, exposição a radiação ionizante e histórico familiar também podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento da doença.


COMO REDUZIR O RISCO 


Manter hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada, a prática de exercícios físicos regulares, o controle do peso e o não consumo de substâncias tóxicas, pode reduzir o risco de desenvolvimento de câncer. Adotar um estilo de vida saudável é fundamental na prevenção do câncer. Evitar fumar ou se expor ao fumo passivo, limitar o consumo de álcool, manter um peso saudável e consumir uma dieta balanceada, rica em frutas, legumes, grãos integrais e alimentos com baixo teor de gordura também pode ajudar.


Adotar medidas de proteção, como o uso de protetor solar, roupas adequadas e evitar a exposição direta durante os horários de pico. Já em relação aos esmaltes, é recomendado o uso de marcas confiáveis e, se houver preocupação, optar por esmaltes livres de substâncias potencialmente prejudiciais.


Tomar vacinas contra infecções virais, como o HPV e o vírus da hepatite B e realizar exames de triagem, como mamografia e colonoscopia e manter um bom controle de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão também ajuda a evitar o risco de desenvolver a doença.


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