As crianças terão que apresentar teste negativo de Covid-19 para frequentar jogos de futebol e outros eventos esportivos e culturais no Estado de São Paulo.
A gestão João Doria havia cogitado vetar os menores de 12 anos, por não terem ainda sido incluídos na campanha de vacinação do coronavírus, uma vez que não há vacina para a Covid-19 autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para essa faixa etária. A informação sobre o veto havia sido confirmada pelo jornal Folha de S.Paulo na tarde desta quarta (6), mas, após o questionamento da reportagem sobre a expectativa de liberação, o governo afirmou que havia decidido permitir a entrada com o teste.
A resolução com essa nova informação deve ser publicada nesta quinta-feira (7) no Diário Oficial, em um protocolo válido para futebol, demais esportes, shows e outras atividades de entretenimento.
Com exceção das crianças, deverá ser exigido dos frequentadores comprovante de vacinação com a imunização completa. Quem tomou só uma dose (das vacinas que são dadas em duas) precisa apresentar também um teste negativo do tipo PCR, realizado até 48 horas antes do evento, ou antígeno, nas últimas 24 horas.
Essas regras de testagem, porém, também valem para os menores de 12 anos, já que estão impossibilitados de receber o imunizante atualmente.
Segundo a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), os clubes são responsáveis por garantir, em articulação com as autoridades de saúde locais, o cumprimento das normas sanitárias.
Pelas regras da organização do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, estipuladas pela CBF, o torcedor pode apresentar o teste negativo ou o comprovante de vacinação completa para ver autorizada sua entrada no estádio.
Vale lembrar que os protocolos do poder público têm preferência ante os das entidades privadas, caso haja conflito.
Com isso, os clubes também precisarão se adaptar à nova diretriz estadual. Procurado pela Folha de S.Paulo nesta quarta, ainda antes da notícia sobre as novas normas, o Santos afirmou que a entrada de crianças menores de 12 anos em seus jogos não seria autorizada em razão da obrigatoriedade da vacinação.
Questionados, São Paulo, Palmeiras e Corinthians não responderam até a publicação desta reportagem.
A exigência do comprovante de vacinação vale tanto para adultos quanto para adolescentes, apesar da polêmica envolvendo o Ministério da Saúde, que em setembro chegou a retirar a faixa de 12 a 17 anos sem comorbidade da campanha de imunização e a não recomendar a vacina para esse grupo. A pasta voltou atrás logo após a repercussão negativa.
Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, 85% dos adolescentes do estado tomaram a primeira dose e 78% dos adultos, a segunda. O governo anunciou nesta quarta-feira que, com o avanço da vacinação, a capacidade de ocupação de eventos esportivos e culturais será ampliada gradualmente. Até o dia 15 deste mês, fica em 30%. Subirá para 50% entre 16 e 31. Em 1º de novembro, 100% do público deverá ser liberado, mantendo protocolos de distanciamento e uso de máscara.