Milhares de pessoas estão colocando sua saúde e as economias de toda uma vida em risco para viajar a clínicas particulares de vários países que oferecem tratamentos com células-tronco não aprovados e potencialmente perigosos, alertaram especialistas britânicos.
Um painel de especialistas mencionou clínicas particulares na Alemanha e na China aonde existem "turistas de células-tronco" para receber tratamentos não autorizados. Mas eles também afirmaram que há 700 centros similares em todo o mundo, que oferecem terapias celulares sem aprovação.
Apesar da falta de evidências científicas de que esses tratamentos funcionam, os pacientes com enfermidades letais e sem cura, como o Mal de Parkinson ou a cegueira, estão sendo atraídos para que gastem dezenas de milhares de dólares com poucas possibilidades de êxito.
"O paciente está em risco de perder a sua vida e a sua saúde, viajando desnecessariamente longas distâncias, longe de casa, amigos e familiares, sem que melhore sua condição e possivelmente perdendo uma grande quantidade de dinheiro", afirmou Chris Mason, da unidade de bioprocessamento de medicina regenerativa da Universidade College, em Londres.
Os cientistas mencionaram o caso de um menino israelense que recebeu um tratamento com células-tronco na Rússia para uma lesão na medula espinhal e logo desenvolveu múltiplos tumores.
Em outro caso, indicou a equipe, uma mulher de 46 anos foi tratada na Tailândia para a doença lúpus. A paciente logo ficou com insuficiência renal e morreu em decorrência de uma septicemia.
Células-tronco são o material mestre do corpo, pois dão origem a muitos tecidos diferentes e às células sanguíneas. São o tratamento padrão para leucemias e outras poucas doenças genéticas, mas seu uso em outras condições, como Parkinson, lesões medulares ou dano do nervo óptico ainda estão em fase experimental.
Os especialistas britânicos disseram que se viram obrigados a fazer o alerta pela grande quantidade de perguntas que recebem de pacientes que lêem sobre curas aparentemente espetaculares em sites na Internet e em outros meios (com agência Reuters).