Estima-se que, no mundo, haja um bilhão de pessoas com deficiência de vitamina D. A hipovitaminose no nutriente pode ocorrer devido a diversos fatores, tais como a baixa exposição solar e a quantidade de melanina na pele. Existem, ainda, fatores físicos e sazonais, como locais com períodos longos de inverno, o que acarreta em menor exposição ao sol.
Apontada pela literatura como um hormônio esteroide, a vitamina D tem sua importância biológica consolidada por causa do seu papel no metabolismo ósseo, no fortalecimento do sistema imune e na regulação do cálcio. Além de sua relevância para a fisiologia do organismo, muitas pesquisas apontam para a relação entre a deficiência dessa vitamina e o desenvolvimento de doenças crônicas como resistência à insulina, obesidade e doenças cardiovasculares.
Especificamente em idosos, a escassez dessa substância está relacionada a outras patologias graves, como esclerose múltipla, doenças musculoesqueléticas, demências e quadros infecciosos.
Para se tornar ativa, a vitamina D deve passar por duas reações bioquímicas para a formação do calcitriol, cuja produção é modulada pela concentração de cálcio e fosfato, pelo PTH (paratormônio) e pela própria concentração de calcitriol. A vitamina D possibilita a utilização do cálcio pelo organismo, um mineral essencial para a normalização do sistema nervoso, para o crescimento do organismo e para o metabolismo ósseo. A manutenção deste último é finamente controlada pela concentração de vitamina D, que provoca a mineralização ou absorção óssea conforme a necessidade do organismo. Já no sistema imune, essa substância favorece o aumento da imunidade.
Vitamina D e obesidade - Especificamente em relação à obesidade, grave problema de saúde pública atual, estudos apontam que indivíduos nessa condição tendem a apresentar baixas concentrações desse nutriente. O quadro se deve, principalmente, a dois fatores: baixo consumo de alimentos fonte do nutriente e alterações no metabolismo que conduzem a uma diminuição da ativação do hormônio ou ao sequestro do micronutriente pelo tecido adiposo, em razão da presença de receptores de vitamina D nas células de gordura.
Portanto, tendo em vista seu papel bioquímico essencial e a deficiência dessa substância prevalente na população, alterações no plano alimentar e a eventual suplementação com a vitamina D podem contribuir para evitar as consequências adversas dessa insuficiência em diferentes indivíduos.