O Brasil é o país com maior número de usuários de smartphones na América Latina e ocupa a sexta posição em um ranking da eMarketer que avaliou o uso desses dispositivos em 25 mercados ao redor do mundo, ficando atrás de China, Estados Unidos, Índia, Japão e Rússia. Segundo o levantamento, até o final de 2014, 38,8 milhões de brasileiros já usavam aparelhos celulares inteligentes no país, com projeção de chegar a 71,9 milhões de dispositivos dentro dos próximos três anos.
O resultado da popularização do smartphone foi o aumento no número de queixas relacionadas ao corpo. "O uso excessivo do aparelho causa uma sobrecarga, principalmente, nas mãos, punhos, pescoço, costas e olhos. As mãos e punhos podem sofrer com a tendinite, que é a inflamação dos tendões. Na região do pescoço e costas, ocorrem dores e contraturas. Nos olhos, devido à longa exposição à luminosidade da tela do celular, pode acontecer o que chamamos de ‘vista cansada’", alerta o ortopedista Eduardo Alonso Nannini do Hospitai São Camilo de São Paulo.
Sintomas
Ainda de acordo com o especialista, os sintomas são facilmente percebidos. "A tendinite se manifesta por meio de dor na região afetada e perda de força. A contratura do pescoço, por sua vez, limita a movimentação da cabeça e também causa dor. Já a ‘vista cansada’, está presente quando há dificuldade de enxergar, visão embaçada, dor de cabeça e olhos pesados", explica Nannini. Ao aparecerem os sintomas, é importante procurar um médico. "Em longo prazo, se não tratados, os problemas podem se tornar crônicos", alerta.
Avaliação
No consultório, o médico vai realizar uma avaliação dos sintomas, histórico do paciente e hábitos de vida e, se necessário, solicitar exames complementares, como o ultrassom para diagnóstico da tendinite. "O tratamento é feito com orientação para uso saudável do smartphone, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e sessões de fisioterapias para reabilitação músculo-tendínea do membro afetado", explica.
Existem estudos sendo realizados para prevenção de problemas ortopédicos causados pelo uso excessivo do aparelho, porém ainda não foram concluídos. "O que sabemos é que o grande problema está no período utilizado sem um tempo de descanso. O ideal seria que as pessoas utilizassem o dispositivo por, no máximo, 30 minutos e intercalassem com 20 minutos de repouso", recomenda o ortopedista.