Você permanece estático, mas a sensação é de que tudo gira ao seu redor? Saiba que a situação pode caracterizar a labirintite, uma enfermidade que afeta o equilíbrio corporal, transformando a estabilidade em visão turva, náuseas e zumbidos na cabeça e ouvido, e cujo sintoma mais comum é a tontura. Além de ser uma das patologias mais relatadas no Brasil, a labirintite é mais assídua entre os idosos, segundo o Dr. Ricardo Dorigueto, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.
"A labirintite é provocada por uma inflamação na parte interna do ouvido, região conhecida como labirinto, um dos sistemas responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal e da audição", explica o especialista. Na maioria dos casos, os indícios da patologia manifestam-se por meio de palidez, vômitos, ansiedade e dificuldade de concentração.
É imprescindível detectar as razões do surgimento da doença, visto que o labirinto é um órgão com dupla função, fundamental ao sistema auditivo e ao equilíbrio do organismo. O fator de risco é maior para as pessoas que já apresentam outras patologias, como diabetes, hipoglicemia, doenças da tireóide, tumores, problemas circulatórios, uso excessivo de cafeína, doces e medicamentos. Segundo o otorrinolaringologista, são mais de 200 tipos de doenças do labirinto e mais de duas mil causas e, por essa razão, é fundamental descobrir exatamente os agentes causadores e dar início ao tratamento adequado para cada caso.
Fatores de risco, diagnóstico e tratamento
Tão necessário quanto o conhecimento dos indícios é o alerta ao grupo dos que apresentam predisposição à doença. O desenvolvimento da labirintite é frequente entre aqueles que mantêm uma dieta inadequada, abusam de medicamentos e drogas, são estressados e sedentários, sofrem de fatores hormonais e enxaqueca, relatam infecções nos ouvidos ou já sofreram traumatismo craniano. A má notícia é dada, especialmente, às mulheres, já que a prevalência da labirintite é maior entre elas por conta dos transtornos hormonais. Para o Dr. Dorigueto, "o problema torna-se evidente nos períodos da menarca e menopausa, ou seja, no início e final do período fértil".
O momento de alerta para a busca por um profissional é quando as tonturas passam a se manifestar assiduamente. A consulta médica é o componente mais importante para o diagnóstico, e nos casos de suspeita, segundo o especialista, são utilizados alguns métodos para monitorar os efeitos do tratamento sobre a evolução da doença, como o exame otoneurológico, o de audiometria (audição) e o de porturografia, que avalia o equilíbrio corporal.
O tratamento da labirintite consiste em medicamentos utilizados para o alívio da tontura, orientação sobre hábitos alimentares e reabilitação vestibular (método aplicado por fonoaudiólogos ou fisioterapeutas, estimulando exercícios que auxiliam na recuperação das funções do labirinto). Paralelo ao acompanhamento especializado, é necessário que o paciente tenha uma alimentação balanceada e evite o consumo de alimentos que contenham açúcar, farinha branca, refrigerantes, cafeína e temperos prontos. Para treinar o labirinto, praticar esportes como a natação, tênis e artes marciais também são aconselháveis.
No momento da crise
Segundo o Dr. Dorigueto, a crise aguda de labirintite dura, em média, uma semana. Neste período, o paciente apresenta tonturas com características rotatórias, as chamadas vertigens e, durante esta fase, o indivíduo relata dificuldades em manter o equilíbrio corporal, elevando as chances de queda. Posteriormente, os sintomas são amenizados, porém, a pessoa percebe que as tonturas ocorrem em situações de movimentação da cabeça em locais com grande fluxo de pessoas, como supermercados ou por conta do estresse emocional. A ocorrência repetida de tais indícios é um alerta.
Mediante um quadro de labirintite:
- Não se deite;
- Procure um lugar ventilado;
- Sente-se e olhe para um ponto fixo na parede, a fim de restabelecer o equilíbrio;
- Nunca tome qualquer medicamento, nem estimulantes;
- Se a crise persistir, procure um especialista.
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