Corpo & Mente

Terceira idade: alongue-se para viver melhor

05 jan 2015 às 14:28

A terceira idade não precisa ser um tempo de imobilidade física, andar vagaroso ou de abandono das atividades que dão prazer. Embora o processo de envelhecimento traga naturalmente alterações orgânicas que afetam as articulações e os músculos, é perfeitamente possível não só manter a prática de atividades físicas durante esse período da vida, mas também conservar a boa forma.

De acordo com o fisioterapeuta Nuno de Noronha da Costa Bispo, professor da Unopar, a prática regular do alongamento ajuda a tornar os movimentos mais amplos e seguros, permitindo que o idoso realize suas atividades do cotidiano e tenha melhor qualidade de vida.


Cada pessoa envelhece de uma forma. As alterações próprias da velhice são influenciadas principalmente pelo estilo de vida adotado durante a sua existência. No entanto, depois dos 60 anos, é natural que todos sofram do que se chama de ‘encurtamento’, que é a diminuição do comprimento do músculo afetando a amplitude do movimento articular, ou seja, os movimentos serão mais restritos. Nesta fase da vida, as pessoas não têm a mesma atividade articular que os jovens, os movimentos são menos frequentes e mais limitados.


Se o idoso já tem esta predisposição, outros fatores também influenciam para o encurtamento muscular, tais como o sedentarismo, as posturas inadequadas, os movimentos habituais do cotidiano, assim como a imobilidade provocada pelas doenças, por cirurgias ou traumas. Além de dificultar o movimento, o encurtamento também pode diminuir a força e o desempenho muscular, sendo que ao se deparar com uma situação de risco de queda, a resposta para manter a estabilidade postural e de reação de proteção será menos eficiente. "No idoso às vezes é mais difícil reverter esse quadro, mas se o músculo for regularmente alongado sempre haverá uma melhora. Depende do caso e de pessoa para pessoa", afirma o professor Nuno.


Ele ensina que o alongamento deve ser feito antes e depois das atividades físicas. "O alongamento melhora o desempenho dos músculos, proporcionando maior amplitude nos movimentos, por isso, quando feito antes do exercício físico, ele potencializa os resultados. Alongar depois do exercício, quando os músculos estão aquecidos, favorece a melhora ou a manutenção da flexibilidade", explica.


"Quanto mais, melhor"


Existem muitos estudos e várias opiniões a respeito da frequência dos alongamentos. O professor Nuno aconselha que ele seja feito todos os dias. "Quanto mais, melhor", afirma. E uma das vantagens é que ele pode ser feito a qualquer hora do dia: Antes ou depois das atividades físicas, de uma ocupação, do lazer, ao acordar ou antes de dormir. O tempo ideal é de 12 a 18 segundos para cada alongamento.


"A pessoa idosa deve procurar um fisioterapeuta e fazer uma avaliação para que o profissional possa elaborar um programa com os alongamentos adequados e específicos para o paciente", pondera Nuno. Os alongamentos podem ser contraindicados para determinadas pessoas. "Um alongamento específico para uma pessoa idosa com cifose não é recomendado para outra que tenha escoliose, por exemplo", detalha o fisioterapeuta.

E para quem acha que todo alongamento é doloroso, o professor Nuno lembra que alongamento bom é aquele que faz a pessoa se sentir melhor. "A dor é um sinal de alerta do organismo. Se o alongamento provoca muita dor isso não é bom. O ideal é a pessoa sentir aquela dor que a gente chama de dor ‘boa’, que traz uma sensação de bem-estar".


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