Corpo & Mente

Sola do pé: o segredo da boa postura

13 nov 2010 às 22:24

Na década de 1970, alguns profissionais já tinham descoberto o uso de palmilhas ortopédicas para a correção postural: eram colocados saltos nos calçados para prevenir escolioses e lombalgias. Em 1980, entretanto, René Bourdiol iniciou um novo conceito terapêutico baseado na correção postural com base neurofisiológica e não apenas mecânica como era até então. Foi observado que, quando alguns elementos eram posicionados de certa forma na planta do pé, acontecia uma estimulação eficaz para reduzir uma deformidade localizada na coluna vertebral.

Foi assim que apareceu a podoposturologia, área da ciência da saúde que visa prevenir e tratar os transtornos posturais e do equilíbrio por meio da estimulação podal - do pé.


A podoposturologia auxilia o fisioterapeuta na avaliação postural, buscando a integração entre as influências do pé e a postura, pela prescrição de palmilhas posturais e mecânicas. Isso é possível pelas muitas funções que o pé exerce. Primeiramente, é o nosso órgão de equilíbrio, regulando a pressão e a distribuição de peso em relação ao solo e ao centro de gravidade. Os pés são responsáveis também pela regulação da postura dinâmica e estática que vem da região plantar e, ainda, são órgãos sensoriais capazes de captar informações externas relacionadas ao solo e informações internas relacionadas ao controle postural.


O tratamento com uso das palmilhas pode ser indicado para diversos transtornos como dores nos joelhos e nos tornozelos, dores nas costas e distúrbios de circulação nos membros inferiores. As palmilhas também são prescritas para disfunções do pé para promover conforto e alívio das dores.


Depois de diagnosticado um problema postural, o profissional com o devido conhecimento de podoposturologia pode, então, prescrever palmilhas especiais que, por meio de estímulos específicos, permitem a reprogramação postural. As informações necessárias para a coordenação e regulação da postura dinâmica e estática provêm da planta dos pés, que é muito rica em receptores de pressão. Assim, as palmilhas são feitas com elementos de um a seis milímetros de espessura que, em contato direto com os pés, estimulam os mecanorreceptores podais e, consequentemente, promovem a correção postural.


Como cada paciente é único, assim como o formato do pé e a forma de andar, as palmilhas são personalizadas e isso exige um conhecimento específico do profissional. O paciente precisa ter um acompanhamento individualizado durante todo o tratamento para que haja reavaliações e possíveis manutenções, até que tenha alta.

Marcelo de Oliveira Rosário é fisioterapeuta da Clínica Contato e especialista em Fisioterapia Neurológica (com Expressa Comunicação)


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