Corpo & Mente

Saúde capacita profissionais no combate à tuberculose

23 mar 2017 às 17:34

A Secretaria estadual da Saúde organizou nesta quinta-feira (23) o I Fórum de Manejo Clínico de Tuberculose para lembrar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado em 24 de março. Mais de 200 profissionais de saúde do Estado e municípios se reuniram em Curitiba para discutir os protocolos de enfrentamento da doença, principalmente nas fases da infância e adolescência. Mais de 200 profissionais de saúde do Estado e municípios se reuniram em Curitiba para discutir os protocolos de enfrentamento da doença, principalmente nas fases da infância e adolescência.

"São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, farmacêuticos, entre outros profissionais de 20 Regionais de Saúde que estão em busca de aprimorar os conhecimentos em uma área da tuberculose que ainda gera muitas dúvidas, o manejo de crianças e adolescentes", diz a chefe do Centro estadual de Epidemiologia, Júlia Cordellini.


A coordenadora do Programa Estadual de Tuberculose, Betina Alcântara Gabardo, explica que o diagnóstico na infância é mais difícil. O principal método de confirmação é o exame de baciloscopia do escarro, que utiliza o material expelido com a tosse forçada. "A coleta é muito difícil em menores de 10 anos e eles também desenvolvem formas da patologia com poucos bacilos, então precisamos utilizar o diagnóstico clínico e o raio-x, entre outros, para confirmar a existência da doença na criança", afirma.


Para auxiliar na capacitação dos profissionais, o médico e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Clemax Santana, foi um dos palestrantes do Fórum. "Dos casos de tuberculose em crianças, uma média de 80% tem resultados negativos no exame bacteriológico. E esse é o maior desafio da área", garante. De acordo com Santana, o Rio de Janeiro é um dos estados do país com maior número de casos de tuberculose e, em média, 6% desses registros são em crianças.


No ano anterior, o evento focou na infecção simultânea por tuberculose e HIV e no manejo dos pacientes coinfectados. "Ficamos sensibilizamos com um óbito de tuberculose em criança que tivemos no Estado em 2016 e isso nos motivou a escolher o tema do encontro para este ano. Além disso, tivemos 21 casos da doença em menores de 15 anos no ano passado", lembra Betina. Em adultos, foram registrados uma média de 2 mil novos casos no mesmo período no Paraná.


Adultos
O maior cuidado para evitar a infecção por tuberculose em crianças deve partir dos mais velhos. "São os adultos que infectam as crianças. Se você tem um jovem infectado, certamente existe alguém mais velho com a doença por perto. E como a imunidade infantil é menor, a probabilidade de adoecer é muito maior – principalmente em menores de cinco anos", enfatiza Betina.

Ela ressalta que qualquer tosse que não melhora deve ser avaliada. "Quanto antes o tratamento da doença for iniciado, menos pessoas serão infectadas. Por isso, é necessário buscar uma unidade de saúde em casos de tosse que persiste por mais de duas ou três semanas e passar pelo exame para diagnóstico", orienta. Os sintomas também incluem a perda de apetite, perda de peso, febre, sempre por períodos prolongados.


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