Segundo dados da Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), o número de homens com diabetes passou de 4,6% em 2006 para 7,1% em 2017, um crescimento correspondente a 54% em 11 anos. Já entre as mulheres, o número ultrapassa o da população masculina em 2017 com 8,1%, mas em comparação com 2006, apresenta aumento de 28,5%. Assim, a doença cada vez mais assume o posto de uma das mais delicadas e com um responsável em comum: a rotina estressante das grandes cidades.
De acordo com a médica endocrinologista do INC (Instituto de Neurologia e Cardiologia de Curitiba), Jacy Maria Alves, essa elevação no número de pessoas com diabetes é derivada de fatores comportamentais e coletivos, como o crescimento e envelhecimento populacional, maior urbanização, progressiva prevalência de obesidade, maus hábitos alimentares e sedentarismo.
O DM (Diabetes Mellitus) não é uma única doença e sim um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia, resultante de defeito na ação e/ou secreção de insulina. O DM1 (Diabetes Mellitus tipo 1) é resultante da destruição autoimune das células produtoras de insulina, na maioria dos casos. Enquanto o DM2 (Diabetes Mellitus tipo 2) é ocasionado pela incapacidade de absorção de insulina principalmente nas células musculares e adiposas.
O subtipo mais frequente é o DM2, representando mais de 90% dos casos, segundo a especialista, que é o subtipo mais associado ao estilo de vida. "Na maioria das vezes, o DM2 pode ser prevenido ou pelo menos adiado, se a pessoa tiver bons hábitos de vida. Manifesta-se mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar". Os cuidados para evitar a doença são vários e não muito difíceis de se realizar, basta incluí-los no cotidiano. Confira algumas dicas da especialista:
- Seguir uma dieta adequada
Uma vez que a alimentação influencia diretamente na qualidade de vida, a dieta deve incluir alimentos naturais e nutritivos. "O ideal é inserir alimentos em sua forma mais natural possível e evitar o consumo de carboidratos simples (açúcares) em geral", explica a médica.
- Praticar atividades físicas regularmente
"Hoje as pessoas sempre têm uma desculpa para justificarem o motivo de não praticarem atividade física e falta de tempo está entre as campeãs dessas desculpas", conta a especialista. Por isso, a prática constante de exercício físico deve ser uma das metas para elevar a qualidade de vida de pessoas com diabetes. "Recomendo, no mínimo, 150 minutos de atividade física por semana, podendo associar um exercício aeróbico e um exercício de resistência".
- Manter acompanhamento médico
Como toda doença, o diabetes demanda atenção e o quadro deve ser acompanhado por profissionais. "É importante visitar regularmente seu médico para checar como está o controle glicêmico e investigar possíveis lesões de órgãos-alvos", recomenda. "Se as complicações forem diagnosticadas precocemente, podemos evitar consequências mais graves e até mesmo fatais", afirma a especialista.
- Elaborar uma rotina para o sono
"Dormir é essencial para a saúde do nosso corpo e da nossa mente", afirma Jacy. Por isso, o recomendável é ter de 6 a 8 horas de sono por noite para as pessoas adultas. Inclusive, as dicas anteriores como a alimentação adequada e a prática de exercícios físicos auxiliam significantemente na qualidade do sono.