Corpo & Mente

Psicologia tenta explicar o amor que se transforma em vício e obsessão

08 nov 2016 às 16:21

Há tempos existe a tentativa de desvendar cientificamente o amor e o que faz dele algo tão intenso.

Em um dia, ele pode parecer a solução de todos os seus problemas. No outro, pode devastar sua auto estima, carreira e todos outros aspectos que esse sentimento alcança dentro de alguém.


Neste processo, identifica-se a paixão, que pode virar um caso clínico que requer tratamento e reconhecimento.


A origem latina da palavra "paixão" já é assustadora por si só, já que é uma flexão do verbo "sofrer" na língua original.


Na década de 70, constatou-se que esse sentimento poderia se tratar de uma grave obsessão. Dorothy Tennov, uma estudiosa do tema, dedicou-se à uma pesquisa feita com 500 apaixonados e entendeu que esse sentimento é um sério problema emocional - chamado de "limerence", em inglês.


No entanto, o esforço de Tennov não teve reconhecimento pela comunidade científica naquela época e até hoje, a chamada "paixonite crônica" não é aceita como sendo um distúrbio mental pela neurociência e a psicologia.


Com o passar do tempo, descobriu-se que a paixão atua nos sistemas de recompensa no cérebro, aumentando os níveis de dopamina - o hormônio da euforia - e passa a atuar como se fosse uma droga.


Como todo entorpecente, essa sensação causa dependência e leva o apaixonado à extremos em busca de realizar o desejo de estar próximo à pessoa amada.


Porém, a droga, quando tem seu uso interrompido subitamente, apresenta sintomas de abstinência e o viciado tem severa dificuldade para se recuperar. Com a paixão é a mesma coisa.


Quando existe essa paixão em um relacionamento que, de repente, é terminado, o problema pode começar. É quando o apaixonado se vê desesperado, pois o efeito viciante da paixão não acontecerá mais.


A recuperação também é difícil, e em alguns casos, ajuda médica e psicológica pode ser uma boa saída. A pessoa abandonada sente uma necessidade irresistível de estar perto de sua paixão, desenvolvendo uma perigosa obsessão. O viciado acaba passando 95% do seu tempo diário com os pensamentos sendo ocupados pelo ser amado.


Nesse sentido, o sofrimento de quem desfruta desse vício da paixão e o mecanismo cerebral de recompensa precisam ser combinados para que uma explicação plausível de todo esse processo seja dada, para que assim, os apaixonados possam buscar a ajuda que precisam.

(Com informações de Galileu)


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