Corpo & Mente

Próteses de silicone: evolução justifica interesse

29 nov 2010 às 18:18

Segundo pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência sobre o mercado da cirurgia plástica no Brasil, foram feitas 645.464 cirurgias plásticas, em 2009, no Brasil. Desse total, 443.145 foram cirurgias estéticas (69%) e 202.319 cirurgias reparadoras (31%). As mulheres são as que mais se submetem aos procedimentos (82%) num total de 526.247 intervenções. As cirurgias de lipoaspiração correspondem a 29% e de mama 19%. Do número total de implantes de silicone, 99% são feitos por pessoas do sexo feminino e 1% do sexo masculino.

Das 156.918 mulheres que colocaram próteses, 91% foram nas mamas, 5% nos glúteos, 2% no queixo e 1% nas panturrilhas. Nos homens, a maioria das 1.793 próteses de silicone foi implantada no peitoral (46%), no queixo (21%), nos glúteos (18%), nas panturrilhas (8%), nos bíceps (5%) e tríceps (2%). A maioria das cirurgias de mama (mamoplastias) é de procedimentos estéticos, enquanto que as cirurgias reparadoras correspondem a 9%. A média dos implantes mamários é de 275 ml, porém o de 300 ml, o mais utilizado, alcançou (20%).


O grande interesse pelas mamoplastias de aumento tem a ver com a evolução das próteses de silicone, desde que surgiram na década de 60, e das técnicas cirúrgicas, nos últimos tempos. As grandes pesquisas sobre o assunto começaram na década de 70 com o intuito de tornar os resultados mais naturais. Mas os estudos decisivos aconteceram nos anos 80 e 90, quando o formato e a textura dos implantes foram aprimorados.


Nesta década, a tecnologia continuou evoluindo e o material da prótese, antes liso – o que poderia provocar irregularidades –, foi substituído por outro – rugoso, também de silicone. "O gel interno, que antes era líquido, se escapasse podia se espalhar pelos órgãos e se misturar à corrente sanguínea, o que poderia causar infecções graves. Agora, a prótese é recheada de gel, que não se mistura à corrente sangüínea, num caso excepcional de vazamento", explica o cirurgião plástico, Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.


Devido a toda esta evolução, hoje, é possível esculpir o busto da maneira desejada, com o colo mais ou menos projetado, com um formato mais ou menos insinuante... "Hoje, a técnica cirúrgica apresenta menos riscos, como o de redução de contratura capsular, popularmente chamada de encapsulamento. O problema acontece quando a membrana que se forma naturalmente ao redor da prótese se contrai, deixando a mama mais arredondada, dura, com aparência artificial e dolorida. Felizmente, quadros como esse são cada vez mais raros devido às novidades para facilitar e modernizar os procedimentos", diz Ruben Penteado.


O formato da prótese de silicone também passou por mudanças. Primeiro, veio a forma redonda; depois, o formato de gota. Agora, temos como opção a forma cônica. "Como o próprio nome diz, ela lembra um cone por causa da base reta e larga e das laterais que vão afinando em direção à aréola. O desenho, que foi inspirado no sutiã de enchimento, deixa o resultado mais discreto e projeta o mamilo", explica o diretor do Centro de Medicina Integrada.


A prótese de perfil cônico só não é recomendada para quem sonha com mamas grandes e redondas, mas adequasse bem aos planos de quem deseja um resultado mais natural, pois suas bordas finas oferecem uma transição suave com a caixa torácica, evitando, assim, degraus visíveis, que evidenciam que a mulher foi operada e tem próteses de silicone.


"Independentemente do modelo de prótese escolhido, para que o resultado final fique natural, é preciso levar em conta uma série de critérios, como as proporções de cada paciente e a quantidade de pele disponível para cobrir o silicone", explica Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.


Outra novidade para moldar os seios são as próteses com palpação mais suave, que contém um gel altamente coesivo de silicone, com textura de gelatina. "Este tipo de prótese também aumenta o busto sem deixá-lo duro ou artificial. Com esse implante, a mama fica tão macia ao toque quanto uma que não foi operada", informa o cirurgião plástico.


Evolução com saúde


A evolução do silicone foi essencial para reduzir os casos de vazamento e de contratura capsular. E os números provam isso: no início, quando o material era líquido, a cada cem implantes realizados, um ficava duro. Mais tarde, quando ele se tornou gelatinoso, apenas uma prótese a cada mil colocadas endurecia. "Hoje, devido ao aprimoramento do material, a chance de encapsulamento é mínima, menor que 1%. Mas a paciente precisa ser alertada que qualquer prótese pode ser rejeitada pelo organismo", destaca o médico.


Não dá para falar em evolução na cirurgia dos seios sem mencionar as técnicas cirúrgicas utilizadas. "A por via axilar apresenta um pós-operatório mais delicado, mas é muito procurada por jovens que querem aumentar o busto, sem mexer nas aréolas. Após a anestesia, o médico faz uma incisão de três a quatro centímetros na dobra da axila e introduz o implante", diz Ruben Penteado. Existem ainda outros dois tipos de cortes: o chamado aerolar e a sub-mamário.

A tecnologia também chegou ao pós-operatório. Hoje, contamos com adesivos que podem auxiliar na hora da sutura, garantindo uma cicatriz mais discreta. "Ao término da cirurgia, uma tela autoadesiva de poliéster é colocada sobre o corte e, por cima dela, um adesivo cutâneo líquido com proteção bacteriana. Esse curativo reduz em meia hora a cirurgia, pode ser molhado, não precisa ser trocado e é retirado após 15 dias. Também é uma opção para as pacientes alérgicas ao micropore", diz o cirurgião plástico (com MW-Consultoria de Comunicação).


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