A meningite é uma inflamação das meninges (membranas que envolvem o cérebro). A doença infectocontagiosa atinge principalmente crianças menores de dois anos de idade, mas adolescentes e adultos também podem ser infectados. No Brasil, o principal tipo de meningite é a meningocócica, causada pela bactéria meningococo. "Os bebês são o grupo de maior risco. Porém, em caso de surtos, adolescentes e adultos são as principais vítimas", explica Flavia Bravo, gerente médica da Vaccini, que há mais de 20 anos atua em imunizações. A médica ressalta que a doença é grave. "O meningococo pode levar ao óbito ou deixar o paciente com sequelas permanentes." Entre elas estão: surdez – completa ou parcial – e paralisia motora.
Além das mortes e internações hospitalares, que são prejuízos diretos mais sentidos, a doença tem como consequência o absenteísmo no trabalho e escola, trazendo um grande ônus social e econômico. Porém, a meningite meningocócica pode ser evitada através da imunização. "Estar com o calendário de vacinação em dia é a forma mais simples e eficaz de manter uma vida saudável e se prevenir contra essa doença infectocontagiosa", afirma Flavia.
Vacinação
A imunização contra o Meningococo C está disponível gratuitamente na rede pública para crianças menores de dois anos, mas a vacina é recomendada para todas as idades. Para pessoas não incluídas na faixa etária imunizada gratuitamente, clínicas privadas legalizadas junto ao Ministério e às Secretarias de Saúde oferecem a vacina meningocócica C e também a vacina meningocócica ACWY.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil é um dos mais completos do mundo, mas não consegue proporcionar todas as vacinas gratuitamente à população. Sendo assim, o Ministério da Saúde foca sua estratégia na prevenção de grupos de maior risco – como os menores de dois anos, no caso da meningite meningocócica. As vacinas não incluídas no PNI são aplicadas na rede privada de clínicas de vacinação. "Ao receber a vacina, o indivíduo preserva a sua própria saúde e também ajuda a reduzir a circulação de agentes patogênicos entre todos – até não imunizados. Manter o calendário de vacinação atualizado é fundamental e contribui para o bem-estar geral da sociedade. É um ato de cidadania", ressalta a gerente médica da Vaccini. Os calendários de vacinação estão disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Imunizações
(www.sbim.org.br/calendarios.htm).
Outras doenças infectocontagiosas
Casos de meningite meningocócica também chamam a atenção para a importância da
imunização contra outras doenças. "O sarampo, por exemplo, está controlado em nosso país, mas pode ser transmitido por turistas estrangeiros", exemplifica Flavia. A vacina tríplice viral protege contra caxumba, sarampo e rubéola. A gerente médica também indica a vacina tríplice bacteriana que previne contra tétano, difteria e coqueluche. Ela deve ser atualizada a cada dez anos, para todas as pessoas.
Relações sexuais desprotegidas e exposição a agulhas, alicates e outros instrumentos cortantes contaminados podem ser a porta de entrada para a hepatite B (altamente infecciosa). A doença é considerada hoje um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, sendo responsável por cerca de um milhão de óbitos anualmente. "A vacina da hepatite B está disponível na rede de saúde pública para a imunização de recém-nascidos e jovens de 11 a 29 anos de idade. Adultos acima dessa faixa etária podem ser vacinados na rede privada", finaliza a médica da Vaccini.