Um conjunto de técnicas corporais não invasivas, que podem incluir práticas físicas e de relaxamento, voltadas à promoção da saúde. Essa é a base da chamada medicina integrativa, cuja abordagem vem conquistando cada vez mais espaço em centros médicos ao redor do mundo e compondo um plano de tratamento integrado, aliado à medicina tradicional e que leva em conta uma análise individualizada dos pacientes. Nos Estados Unidos, de acordo com dados do National Center for Complementary and Integrative Health (NCCIH), quatro em cada dez cidadãos do país se valem da medicina integrativa como forma de lidar com sintomas de estresse, cansaço e dor.
E essa realidade não é exclusividade dos norte-americanos. No Brasil, o Ministério da Saúde indica que a rede pública, por intermédio dos postos do Sistema Único de Saúde (SUS), realizou mais de dois milhões de atendimentos em 2016. Se considerarmos o universo de clínicas e hospitais privados que também oferecem práticas integrativas e complementares, este número tende a aumentar substancialmente.
À exemplo disso, o Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas, uma das principais referências em tratamento oncológico do País, conta com uma área voltada especificamente às técnicas como meditação, yoga e reiki, entre outras. De acordo com Regina Chamon, hematologista e médica especializada em Medicina Integrativa do CPO, a proposta não é substituir os tratamentos convencionais por estas opções, mas indicar, de acordo com o perfil de cada indivíduo, quais podem ser as combinações de terapias capazes de gerar bons resultado globais, tendo sempre em vista uma abordagem multidisciplinar que leve ao paciente mais conforto em sua jornada de recuperação.
"A medicina integrativa procura unir os tratamentos tradicionais específicos de cada caso com métodos que buscam tratar o corpo como um todo. Considerando um paciente que recebe o diagnóstico de câncer, além dos cuidados relacionados ao tumor em si, há outras questões que envolvem o lado emocional que precisam ser levadas em conta. Diante deste cenário, as terapias complementares oferecem conforto, contribuindo para que o paciente encontre novas formas de equilíbrio físico e mental, minimizando assim a ansiedade, a dor e o cansaço em muitas das vezes", diz Regina.
A especialista ressalta que técnicas que trabalham a conexão mente e corpo só devem ser aplicadas diante de uma análise individualizada, levando em conta um acompanhamento contínuo do paciente para que seja possível avaliar de qual forma podem ser incorporadas à rotina de cada um. Com isso, as experiências têm se mostrado efetivas dentro do seu principal objetivo: estimular o organismo a reencontrar o equilíbrio e, assim, contribuir para uma melhor resposta ao tratamento.