Corpo & Mente

Perda de memória nem sempre é sinal de Alzheimer

20 mai 2014 às 16:00

Os problemas relacionados à memória têm sido cada vez mais constantes, devido ao envelhecimento da população brasileira. O coordenador do Centro de Atenção à Memória do Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Renato Anghinah, destaca que nem sempre a perda da memória é sinal de Alzheimer, como geralmente se acredita, e ressalta a importância de contar com um diagnóstico diferencial.

São diversas as alterações neurológicas que comprometem a memória. Os diagnósticos possíveis em distúrbios de memória podem ter causas primárias, como a doença de Alzheimer, mas também demência com corpos de Lewy, demência frontotemporal e causas secundárias, como vasculares, endócrinas, hematoma subdural, metabólica, tóxica, infecciosa (HIV, PRION, LUES), hidrocefalia de pressão normal, depressão e distúrbio do sono.


"Os distúrbios de memória não atingem somente as pessoas idosas. Eles podem se manifestar também em adultos jovens e jovens, incluindo sequelas em pessoas que sofreram algum acidente ou trauma. Também, com a vida agitada, muitos jovens apresentam problemas na memória por conta de stress, depressão, problemas metabólicos, sem contar o histórico genético. Quanto antes for detectada qualquer alteração, maiores são as chances de interagir com a equipe médica e otimizar os resultados das ações e tratamentos propostos", explica o neurologista.


De acordo com o especialista, há diversas formas de manifestação dos distúrbios da memória e, por isso, é extremamente importante a investigação e a realização de exames clínicos e de imagem, para um diagnóstico preciso, que garantirá melhores resultados no tratamento que for aplicado.


Quando prestar atenção?


O neurologista ainda destaca alguns sinais de falha de memória que merecem atenção. Os sinais moderado e maior justificam a procura de auxílio médico.


Sinais de pouco alerta:


- Lapsos de memória esporádicos;
- Falhas de memória em vigência de quadros como: gripes e resfriados; cansaço justificado (noite mal dormida, por exemplo); estresse pontual e passageiro; sobrecarga de trabalho eventual;


Sinais de alerta moderado:


- Lapsos de memória frequentes;
- Falhas de memória que afetam compromissos;
- Demora para recordar onde colocou algum objeto;
- Cansaço aparentemente não justificado (sono diurno);
- Situação de estresse frequente;
- Limiar baixo para o estresse;
- Ansiedade frequente;
- Falta de concentração;
- Dificuldade para memorizar conteúdo de textos lidos ou programas assistidos;
- Dificuldade para aprender/estudar.


Sinais de alerta maior:

- Lapsos de memória muito frequentes;
- Falhas de memória que afetam a vida diária (esquece compromissos, perde objetos, esquece de pagar contas);
- Cansaço e falta de vontade/motivação (sono diurno sem controle);
- Situação de estresse permanente;
- Limiar baixo para o estresse com irritabilidade;
- Ansiedade permanente;
- Quadros confusos, alterações de memória e outras funções cognitivas (cálculo, linguagem, dificuldade para realizar tarefas e/ou tomar decisões).


Continue lendo