Corpo & Mente

Parteira de Londrina explica sobre parto domiciliar planejado

29 mar 2019 às 15:05

Parece um método novo, no mínimo moderno, mas a verdade é que o parto domiciliar é uma forma antiga de se dar à luz a uma nova vida. O parto domiciliar exige um planejamento, assistência pré-natal adequada, profissionais capacitados e um sistema de retaguarda, diferente daqueles em que nossas avós, tias e mães tiveram.


Atualmente, a cesariana é a forma mais comum de realizar um parto. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil é o segundo país que mais faz cesáreas do mundo. Mas conforme se conhece formas alternativas, as famílias vão aderindo a elas. O parto domiciliar planejado tem se tornado mais comum ao longo dos últimos anos. "Essa forma de parto resgata o domínio da autonomia da mulher perante seu próprio corpo. Ela passa a sentir todas as transformações e entender tudo o que seu corpo é capaz de aguentar", explica a enfermeira obstétrica e parteira Aline Palmonari, da Parteje com Amor.


Diferente do parto tradicional ou cesariana, o parto em casa não tem tempo para acontecer. O parto acontece sem intervenção de medicação para induzir o parto, mas a enfermeira prioriza sempre o desejo da gestante. "O trabalho humanizado vem de entregar essa autonomia para a gestante. Ele respeita as escolhas as decisões conforme as vivências que a família quer ter", diz.


O parto domiciliar ainda gera muitas dúvidas quanto à segurança da mulher e do bebê. No entanto, a enfermeira explica que sempre há um 'plano b'. "Através do conhecimento, estudo e atualizações, podemos ver a necessidade da mulher e do bebê. O parto domiciliar requer um planejamento dos profissionais para assistir ao parto, dar apoio, sustentar e, se houver necessidade, sempre há a assistência de um médico que fica na retaguarda, que acompanha desde o pré-natal", explica a especialista.


Ainda que seja um método natural, não são todas as mulheres que podem fazer o parto domiciliar. "Tem que ter uma gestação saudável, sem riscos, sem alterações no bebê e na gestante. Acompanhamos os exames do pré-natal e também do pós. É preciso preparar o corpo e a mente do casal, explicar as fases de trabalho de parto, tirar dúvidas, preparar a casa, preparar para amamentação e ensinar exercícios para a gestante", diz.


Em 2014, Palmonari engravidou e decidiu realizar o parto domiciliar. Além de uma maneira alternativa, os benefícios são diversos. "Todo parto natural já traz benefícios para a mãe e para o bebê, por ser a hora do bebê, ele tem menos índices de cólica, menos chances de precisar ir para uma UTI, encubadora e menos índices de refluxo. As famílias buscam o parto domiciliar por ser uma junção de benefícios do parto normal com o aconchego, elas querem estar ao lado de quem tem vontade", constata.


A enfermeira trabalha com métodos de terapias complementares. "A psicoterapia holística utiliza da aromaterapia, massagem terapêutica, entre outros fatores, para renovar as energias e tirar os medos. Não é somente um olhar clínico, é um olhar de alma. Requer um cuidado intensivo, mais profundo, que não olha só o batimento e a pressão", explica.


É comum que os partos alternativos caiam no modismo. Porém, a enfermeira lembra que é importante que a mulher esteja consciente pelo que vai passar. "Não pode procurar só porque é bonito ou porque tem medo de hospital. A mulher tem que buscar o parto domiciliar planejado porque confia em si, quer realizar com a sua família e quer que seja natural", alerta a enfermeira.



Divulgação


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*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.


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