Após a cirurgia de redução de mamas, as mulheres geralmente classificam a aparência dos seus seios como "boa" ou "muito boa", mas os cirurgiões plásticos são mais críticos com os resultados cosméticos obtidos, revela um estudo do Plastic and Reconstructive Surgery®, jornal oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
A diferença na percepção dos resultados deve-se ao fato de que pacientes e cirurgiões se concentram em aspectos diferentes da cirurgia. As pacientes estão mais preocupadas com a simetria das mamas, enquanto os cirurgiões estão mais focados em fatores técnicos. O estudo também sugere que as informações prestadas, antes da cirurgia de mama, têm um impacto importante sobre a satisfação com os resultados.
O estudo, realizado por Line Bro Breiting, na Dinamarca, é um dos primeiros a avaliar os resultados estéticos após a cirurgia de redução de mama.
Oitenta por cento das mulheres avalia bem a cirurgia
Para realizar o estudo, o pesquisador analisou dados de 125 mulheres que se submeteram à cirurgia de redução de mama e avaliaram seus resultados cosméticos por meio de um questionário. Os dados foram coletados seis meses após a cirurgia e, novamente, após um ano.
Para aferir a satisfação dos cirurgiões plásticos foram realizados estudos comparativos com as fotografias, mostrando o antes e o depois das intervenções cirúrgicas.
Em geral, as mulheres classificaram os resultados cosméticos mais positivamen te do que os cirurgiões plásticos. Aos seis meses, cerca de 90% das mulheres avaliaram seus resultados estéticos como "bons" ou "muito bons". Em um ano, este número tinha diminuído um pouco, para 80%. Já as classificações dos cirurgiões ficaram em "boas" e "muito boas", em cerca de 75% dos casos.
A avaliação das características específicas das mamas também foi diferente entre pacientes e cirurgiões. As pacientes estavam mais preocupadas com a assimetria entre os seios. Os cirurgiões foram mais críticos sobre cicatrizes visíveis. Mas, ao longo do tempo, as pacientes tornaram-se mais preocupadas com as cicatrizes também.
Os cirurgiões plásticos também concentraram-se mais em detalhes técnicos, tais como a posição do mamilo e a forma da mama, após a cirurgia, com o foco de alcançar uma forma mais natural da mama.
Mulheres mais velhas revelaram-se mais críticas do que as mulheres mais jovens em suas avaliações. Enquanto as que tiveram complicações no pós-operatório estavam mais propensas a classificar seus resultados como "inaceitáveis".
Mais informação, mas satisfação...
Um ponto intere ssante da pesquisa relaciona a maior satisfação das pacientes com mais informações no pré-operatório. "Quanto melhor o nível de informação, maior o nível de satisfação das pacientes. O que nos mostra que não devemos subestimar a importância de fatores como a informação pré-operatória das futuras complicações cirúrgicas, juntamente com o cuidado adequado e qualificado no pós-operatório", diz o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.
O tempo inicial para discutir a vontade da paciente e sua motivação para realizar a cirurgia é tempo bem gasto. Um cuidado importante que deve ser observado pelo cirurgião, antes da realização de qualquer intervenção cirúrgica, é o de esclarecer a paciente, elucidando todas as suas dú vidas. "A orientação dada à paciente é fundamental e tem como objetivo fazê-la entender as limitações técnicas e físicas que cada paciente possui na sua individualidade", destaca o médico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.