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OMS diz ser possível acabar com a malária até 2030

25 abr 2016 às 15:33

Apesar de ambiciosa e positivista, a Organização Mundia da Saúde (OMS), diz que é possível eliminar a malária até o ano de 2030. A agência da ONU divulgou hoje (25) os números, Dia Mundial da Luta Contra Malária.

Ainda segundo a OMS, é possível alcançar o objetivo em, no mínimo, 35 países. A Europa, por exemplo, reportou na semana passada estar livre da doença. De 91 mil casos em 1995, nenhum foi registrado no ano passado.




Estratégia

Fora da região, oito países não tiveram nenhum caso de malária em 2014: Argentina, Costa Rica, Iraque, Marrocos, Omã, Paraguai, Sri Lanka e Emirados Árabes Unidos.


A OMS destaca que outros 12 países relataram entre 100 e 1 mil casos da doença no mesmo ano. Uma estratégia aprovada pela Assembleia Mundial da Saúde em 2015 pede a eliminação da malária em pelo menos 10 países até 2020.


Taxa de Mortalidade
A OMS calcula que 21 nações estão em posição de atingir a meta, inclusive seis países da África, região que tem os níveis mais altos de malária. O relatório apresenta também avanços conquistados desde 2000: a taxa de mortalidade pela doença caiu 60% no mundo.


Só na África, esse índice diminuiu 66% e se forem consideradas as mortes por malária somente entre crianças menores de cinco anos de idade, a queda foi ainda maior, de 71%.


Investimentos
Os avanços foram possíveis graças à promoção de medidas de controle: mosquiteiros com inseticida, sprays contra o mosquito, testes de diagnóstico rápido e terapias de tratamento com base na substância artemisinina.


A OMS lembra que eliminar a malária não será fácil. Quase metade da população mundial, ou 3,2 bilhões de pessoas, continua em risco. No ano passado, 214 milhões de novos casos foram registrados em 95 países e mais de 400 mil pessoas morreram pela doença.


Alcançar essa meta requer investimentos de US$ 8,7 bilhões por ano até 2030, sendo que atualmente, são investidos US$ 2,5 bilhões anualmente.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 198 milhões de casos de malária foram reportados em 2013, e o parasita transmitido pelo mosquito matou 584 mil pessoas. Apesar de o índice de mortalidade pela malária ter diminuído quase 25% desde 2000, a doença ainda mata uma criança a cada minuto na África.


A malária é mais comum em áreas pobres e desfavorecidas. Em muitos casos, a própria malária é a causa de tanta pobreza: a doença causa estragos em nível sócio-econômico, uma vez que os pacientes frequentemente têm de ficar de cama e são incapazes de realizar tarefas comuns do dia a dia, tornando-se um fardo para a família e para os serviços de saúde. Isso, muitas vezes, representa um impacto enorme para a receita de países endêmicos.


Esse sofrimento e perda de vida são, tragicamente, desnecessários, porque a malária é, na maioria das vezes, evitável, detectável e tratável.


Enquanto 90% das mortes por malária ocorrem na África subsaariana, a doença está presente em quase todas as áreas tropicais onde MSF tem programas em campo: de Etiópia e Serra Leoa até Camboja e Mianmar.


O que causa a malária?
A malária é uma infecção parasitária transmitida de pessoa para pessoa através da picada da fêmea do mosquito Anopheles infectado. Esses mosquitos, geralmente, picam entre o anoitecer e o amanhecer.


Uma vez transferida para o corpo humano, a infecção viaja até o fígado, onde se multiplica e entra nas células vermelhas do sangue.


Dentro das células vermelhas do sangue, os parasitas se multiplicam rapidamente até ela se romper, liberando ainda mais parasitas na corrente sanguínea.


Há quatro espécies principais do parasita da malária: Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae, Plasmodium vivax e Plasmodium ovale. O P. falciparum é a principal causa da malária clínica grave e de mortes.


Sintomas da malária
A malária começa como a gripe, com os primeiros sintomas surgindo entre nove e 14 dias após a infecção. Os sintomas incluem febre (podem ocorrer ciclos típicos de febre, calafrios e suor em grande quantidade), dor nas articulações, dores de cabeça, vômitos frequentes, convulsões e coma.


Se a malária simples não é tratada, ela pode se tornar grave – anualmente, cerca de oito milhões de casos de malária progridem para malária grave. Mortes por malária podem ocorrer devido a danos cerebrais (malária cerebral) ou danos aos órgãos vitais. A redução das células vermelhas no sangue pode causar anemia.


Diagnosticando a malária
O diagnóstico da malária é feito rapidamente por meio do teste da tira reagente ou por meio da observação do parasita em microscópio em uma amostra de sangue. Entretanto, testes rápidos nem sempre estão disponíveis, microscópios não são sempre efetivos e, como resultado, diagnósticos baseados em sintomas ainda são comuns em grande parte do mundo em desenvolvimento.


Isso significa que os pacientes são, regularmente, diagnosticados erroneamente e as verdadeiras causas de seus sintomas permanecem sem tratamento. Isso também indica que medicamentos antimalária são utilizados em excesso em alguns casos e desperdiçados quando extremamente necessários.


Tratando a malária
O tratamento mais eficiente para malária é uma terapia combinada à base de artemisinina (ACTs em inglês). A terapia tem baixo nível de toxicidade, poucos efeitos colaterais e age rapidamente contra o parasita.


Hoje, 41 dos 54 países africanos alteraram oficialmente seus protocolos para tratar a malária de primeira linha com ACTs. Mas, em muitos países em que MSF trabalha, a quantidade de ACTs disponíveis é escassa. Estima-se que a necessidade global por ACTs esteja entre 300 e 500 milhões de cursos de tratamento por ano, ainda que, em 2006, tenham sido comprados medicamentos para apenas 90 milhões de tratamentos.


Um curso de três dias de pílulas antimalária para um bebê pode custar menos de R$1,00.


Prevenção
Mosquiteiros tratados com inseticidas duradouros são ferramentas importantes para o controle da malária. Em áreas endêmicas, MSF distribui mosquiteiros para mulheres grávidas e crianças com menos de cinco anos de idade, já que são mais vulneráveis à malária grave.


MSF iniciou, em 2012, a estratégia de quimioprevenção sazonal da malária (SMC, na sigla em inglês), no Chade e no Mali, e implementou a medida no Níger pela primeira vez em 2013. Crianças com até cinco anos, mais vulneráveis à doença, recebem tratamento antimalária via oral mensalmente por período determinado ou de três a quatro meses, durante a temporada de pico da malária.

(com informações do site UOL e Médicos Sem Fronteiras)


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