Corpo & Mente

Meningite é perigosa e pode levar à morte

05 mar 2012 às 14:41

Presente, na maioria dos casos, em adolescentes e adultos jovens, a meningite é uma doença que atinge diferentes regiões do Brasil acompanhada de uma alta letalidade, ou seja, grandes chances da doença levar à morte. Tal situação é o resultado indicativo do uso restrito das vacinas disponíveis e, também, um sinal de desperdício da oportunidade de utilização de uma estratégia de controle altamente eficaz, num contexto onde a chance de falecer é alta.

Um dos principais problemas da saúde pública, pela sua capacidade de ocasionar surtos e epidemias, a meningite é um processo inflamatório das meninges, que muitas vezes são causadas por vírus e bactérias. "É uma inflamação da leptomeninge, a membrana mais interna que reveste o sistema nervoso central, a qual normalmente é produzida por agentes infecciosos. Quando a infecção também atinge o cérebro é chamada de meningoencefalite", afirma o Dr. David Eduardo Barroso, médico infectologista e pesquisador titular do Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ-MS).


Os públicos mais suscetíveis ao desenvolvimento desta doença são recém-nascidos, idosos e pessoas com deficiência no sistema imunológico. O Dr. David Eduardo Barroso, cita os primeiros sintomas desta patologia. "Em fase inicial pode haver apenas um quadro febril acompanhado de sintomas como fotofobia, anorexia e letargia, com posterior desenvolvimento de cefaléia, vômitos e rigidez de nuca. Alteração do nível de consciência e convulsão pode fazer parte da evolução, assim como alteração do comportamento", afirma.


Esta enfermidade pode ser dividida em virais e bacterianas. Na primeira, o quadro clínico é mais leve e os sintomas são parecidos com viroses e gripes. Já no caso das meningites bacterianas, a gravidade é maior e deve ser tratada o mais rápido possível. Este tipo de doença atinge principalmente crianças e muitas vezes são transmitidas pelas vias respiratórias.


Diagnóstico e Tratamento


O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica e no exame de líquor do paciente. "A meningite é confirmada pela análise do líquido cérebro-espinhal (líquor), o qual é obtido por punção lombar. Deve-se lembrar que existe a possibilidade da ocorrência de septicemia (infecção generalizada) na ausência de meningite, uma situação na qual a análise do líquor será normal", afirma. A utilização de medicamentos pode mascarar a doença. "O uso de antitérmicos pode levar a uma melhora temporária e, consequentemente, mascarar as evidências clínicas de uma doença infecciosa grave em evolução", completa.


O tratamento desta doença requer urgência médica. "O tratamento da meningite com ou sem septicemia requer internação hospitalar e o uso de antibióticos por via venosa, entre sete a dez dias. Em alguns casos há necessidade de terapia intensiva e, consequentemente, admissão em unidade de terapia intensiva", revela.

Algumas recomendações são necessárias para evitar esta enfermidade. Manter a vacinação em dia e cuidados com a higiene, especialmente antes das refeições, são fundamentais para evitar a doença. "A prevenção da doença se faz através de vacinas, as quais atualmente conferem proteção prolongada. Isto permite que as vacinas existentes possam ser usadas de forma rotineira, o que no caso da doença meningocócica permite a prevenção não só da doença, mas também da epidemia", alerta.


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