Corpo & Mente

Lentes de contato podem levar à queda da pálpebra

13 mar 2020 às 09:34

Embora as lentes de contato sejam amplamente utilizadas em todo o mundo, com uma estimativa de 140 milhões de usuários, seu mau uso pode levar a problemas oculares. Um deles é a queda da pálpebra, cujo termo médico é blefaroptose ou ptose palpebral.

Segundo Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em cirurgia de pálpebras e chefe do serviço de plástica ocular da Santa Casa de São Paulo, a ptose acontece quando a pálpebra superior cai, se situando abaixo do nível normal.


O diagnóstico da blefaroptose inclui também a incapacidade do músculo elevador da pálpebra superior de subir a estrutura. A especialista reforça que há vários tipos de ptose palpebral.


"A ptose causada pelo uso de lentes de contato é adquirida, sendo classificada como ptose aponeurótica. Essa ptose é causada pela desinserção do músculo que eleva a pálpebra", comenta.


"Isso pode ocorrer por diversos motivos. Entre eles podemos citar o uso de lentes de contato, o hábito de coçar os olhos, como resultado temporário de pós-operatório de cirurgia de catarata ou ainda devido a alguma inflamação ocular crônica”, explica a especialista.


Por que as lentes de contato podem levar à ptose?


De acordo com Tatiana, o uso prolongado de lentes de contato é uma das principais causas da ptose palpebral.


"O principal fator de risco é a manipulação excessiva dos olhos para colocar e retirar as lentes de contato, principalmente quando a pessoa tem dificuldades para fazer isso", diz a oftalmologista.


Estudos sugerem que a ptose induzida por lentes de contato seja a principal causa desta condição em jovens e adultos de meia idade.


Mecanismo de queda da pálpebra


"Em uma pálpebra normal, temos os músculos chamados de elevador da pálpebra superior e o músculo de Müller, responsáveis pela abertura palpebral", explica a médica.


Essas estruturas agem em sincronia para permitir os movimentos rápidos e contínuos de quando piscamos. "A ptose acontece quando há problemas nesses músculos, levando à queda da pálpebra”, afirma Tatiana.


A ptose palpebral, além de ser uma questão estética, é também uma condição que altera a funcionalidade da visão. Isso porque pode haver perda do campo visual superior ou ainda a oclusão do eixo visual.


"Para corrigir a visão, algumas pessoas entortam a cabeça, por exemplo, causando dores musculares e problemas de postura”, diz a especialista.


Diagnóstico e tratamento


O diagnóstico da ptose palpebral deve ser realizado por um oftalmologista. O tratamento é cirúrgico, principalmente quando há perda do campo visual.


O oftalmologista, especializado em cirurgia de pálpebras, é quem normalmente realiza esse tipo de cirurgia, por conhecer muito bem as estruturas do olho e da órbita.


Este especialista realiza a cirurgia visando ao resultado estético, como também à preservação de estruturas nobres no olho, em prol de uma boa acuidade visual e conforto do paciente.

"Na maioria dos casos, o resultado da correção cirúrgica é excelente. Com o uso de técnicas cirúrgicas modernas, o paciente não fica com cicatriz aparente, já que o corte é feito em uma prega palpebral. A visão tende a voltar ao normal e há melhora da aparência”, conclui a oftalmologista.


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