Corpo & Mente

HE sedia curso para abordagem na doação de órgãos

20 jan 2010 às 16:03

O Hospital Evangélico de Londrina (HE) sediará o Curso de Capacitação de Abordagem Familiar para a Doação de Tecidos Músculos Esqueléticos (Ossos), no próximo dia 28, em dois horários: às 8 horas e às 14 horas.

O evento é oferecido pela Central Estadual de Transplantes do Paraná (CET-PR), voltado para profissionais membros das CIHDOTTs (Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes): enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, médicos, dentre outros.


"O objetivo é capacitar os profissionais para a abordagem familiar e ainda nos procedimentos de seleção e avaliação clínica do doador, captação e distribuição dos órgãos", explica Grasiela Marquezini, enfermeira do Centro de Desenvolvimento Profissional (CDP) do HE.


Segundo Grasiela, o HE é credenciado pela CET-PR para o transplante de órgãos, porém, na captação de ossos, conta com o apoio de uma equipe de Curitiba-PR para a realização da cirurgia. "Essa iniciativa, de mobilizar e treinar os profissionais de Londrina e região, é excelente, aperfeiçoando não apenas a abordagem com as famílias, mas agilizando os processos para o transplante com os profissionais da cidade", diz Grasiela.


Em 2009, o HE captou cerca de 60 órgãos para doação, e estima aumentar esses números com ações organizadas internamente, investindo na capacitação dos colaboradores para uma entrevista mais humanizada e eficaz.


Através da sua CIHDOTT, o HE Londrina conta com uma equipe multiprofissional especializada tanto na abordagem quanto na retirada dos órgãos e na realização dos transplantes. Pioneiro em realizar um transplante de rim com doador vivo no Paraná, em 1973 o Hospital Evangélico de Londrina entrou para a história, em que a bem sucedida cirurgia foi comandada pela equipe dos médicos Altair Jacob Mocelin, nefrologista, e Lauro Brandina, urologista.


Segundo a psicóloga Jacqueline Queirolo, que acompanha diariamente pacientes de UTI do HE, falar em doação de órgãos com os familiares ainda é algo muito difícil. "As pessoas não estão informadas corretamente sobre a urgência e a importancia da doação, e o fator tempo é determinante. São muitas dúvidas, mitos e preconceitos e as instituições de saúde precisam se unir para uma campanha educativa e de mudança de cultura, defende.


Para a psicóloga, o profissional que é preparado para desempenhar esse papel, de abordagem, oferece mais segurança para a família, contribuindo para um retorno positivo: a doação. "De um modo geral, as pessoas são resistentes e não encaram com bons olhos esse acompanhamento, considerando sempre que o ente querido mal acaba de morrer e já estamos "em cima", ou seja, sem respeito. Contudo, a diferença está exatamente aí: o tempo entre o "sim" e o "não" de uma família pode significar a esperança de muitas outras. Isso é ter um respeito imenso pela vida", explica Jacqueline.

O curso é exclusivo para os integrantes das CIHDOTTs e será realizado no Auditório Dr. João Henrique Steffen Junior – Av. Bandeirantes, 618, entrada principal do HE. Os profissionais receberão certificado emitido pelo BTME-HC/UFPR (Banco de Tecidos Músculo-Esqueléticos do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná).


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