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Glaucoma e catarata: conheça mitos e verdades sobre as doenças

31 jul 2014 às 08:19

Estima-se que existam no Brasil, aproximadamente, 2 milhões de portadores de catarata. Além disso, estima-se que um milhão de brasileiros acima dos 40 anos e 6% daqueles acima dos 70 anos tenham glaucoma. Segundo o oftalmologista Richard Yudi Hida, o glaucoma é a doença ocular que mais causa cegueira irreversível, e a catarata é a maior causa de cegueira reversível e a doença ocular que mais cresce no Brasil. Mas, quais as causas desses males? Muitas dúvidas surgem quanto falamos de seus sintomas, diagnóstico, tratamentos, grupos de risco, dentre outros fatores.

O oftalmologista esclarece alguns dos principais questionamentos sobre o assunto. Confira abaixo os mitos e verdades acerca das doenças:


Não é possível confundir os sintomas da catarata com os sintomas do glaucoma: VERDADE.


A catarata é causada pela opacidade na lente natural do olho (cristalino) causando perda gradativa e lenta da visão de forma indolor. Outros sintomas são sensibilidade excessiva à claridade, visão turva, opaca ou nebulosa, dificuldade em distinguir diferentes tons de cores, e visão de halos ao redor das luzes. A forma mais comum do glaucoma em fase inicial é uma doença assintomática. Por isso é considerada uma doença traiçoeira. Por este e outros motivos, todas as pessoas indiferente da raça, sexo ou idade devem realizar uma consulta oftalmológica de rotina uma vez ao ano.


Colírios podem curar a catarata? MITO.


Com a tecnologia atual, a catarata ainda só é curada por meio da cirurgia. Ao contrário do que se imagina, o procedimento cirúrgico para tratar o problema pode ser realizado utilizando ultrassom associado ou não ao laser. Descrevendo de uma forma simples, o aparelho "aspira" o conteúdo interno do cristalino e uma lente é introduzida no lugar do conteúdo aspirado. A recuperação visual, amparada com o uso de colírios específicos, receitados pelo oftalmologista, geralmente ocorre em alguns dias.


A catarata não volta após a cirurgia: VERDADE.


O que pode ocorrer é a opacificação da parte posterior da cápsula transparente em que se coloca a lente intraocular. Isto ocorre em aproximadamente 10% dos casos. Descrevendo de uma forma simples, é realizado uma limpeza da parte posterior desta cápsula utilizando laser. Um procedimento rápido e indolor, mas deve ser realizado pelo oftalmologista especializado.


A visão perdida, nos casos de glaucoma, será restabelecida com o tratamento? MITO.


O tratamento do glaucoma não visa melhorar a visão periférica que já foi acometida. O tratamento visa retardar a evolução da doença. Além disso, os danos já causados são irreversíveis. Por este motivo, todo indivíduo deve realizar sua consulta de rotina com o seu oftalmologista.


O risco de sofrer glaucoma aumenta com a idade? VERDADE.


A causa do glaucoma é genética, mas existem outros fatores que podem desencadear a doença. A idade é um desses fatores. O risco aumenta sim, sendo mais comum após os 40 anos. Além disso, indivíduos com casos da doença na família têm risco maior de apresentar o problema. Por isso, devem ser examinados periodicamente pelo especialista.


A catarata é uma membrana que cresce em frente ao olho: MITO.


Muitas pessoas confundem a membrana que cresce na superfície da córnea, que se denomina pterígio, com a catarata. O pterígio pode crescer, deixar o olho avermelhado e, se atingir o centro da córnea, também pode baixar a visão. A catarata é interna e só pode ser vista a olho nu em casos muito avançados, quando se observa um reflexo esbranquiçado atrás da pupila.


A cirurgia de catarata é rápida e simples: MITO.


Muitas pessoas que já realizaram a cirurgia de catarata acham que o procedimento foi rápido, simples e com recuperação instantânea. Porém desconhecem que tudo isso envolve uma série de fatores que torna o procedimento ágil, mas extremamente complexo.


Para uma cirurgia de catarata ser bem realizada, existem alguns fatores essenciais, como: local hospitalar, aparelhos que realizam a cirurgia, condições de esterilizações, instrumentos microscopicamente delicados e precisos, microscópio cirúrgico, entre outros. Além disso, o cirurgião controla o aparelho de cirurgia (chamado facoemulsificador) com o pé direito, o microscópio com o pé esquerdo, e seus instrumentos de alta precisão nas mãos. Para realizar uma cirurgia de catarata o médico deve realizar um treinamento de 2 a 3 anos e depois deve se aprimorar mais 3 a 4 anos para ser um bom cirurgião oftalmológico.


Por isso, é sempre bom lembrar que a escolha do profissional oftalmologista é determinante para o sucesso, não só de uma cirurgia, mas de todos os tratamentos necessários para o paciente e para um acompanhamento de rotina seguro e preciso.


É possível livrar-se dos óculos após a cirurgia de catarata? VERDADE.


De uma forma geral, sim. Mas nem todos irão ter essa sorte. Atualmente existe uma grande variedade de lentes intraoculares para a cirurgia de catarata. Cada paciente deve realizar um exame minucioso para seu médico poder optar a melhor lente de acordo com o caso. Hoje, existem as lentes monofocais, multifocais e as acomodativas. O cirurgião deve conversar com o paciente com relação às suas expectativas de visão de longe, perto, e meia distância, reduzindo a necessidade de uso de óculos. Tais condições podem ser realizadas em quaisquer das lentes intraoculares citadas. Converse com seu médico especialista para maiores informações sobre seu caso.


O paciente, uma vez tratado, está curdo do glaucoma: MITO.


A doença não pode ser curada, mas sim pode ser controlada. A maneira mais simples é com o uso de colírios. Outra forma é usar um laser específico ou realizar uma cirurgia para escoar o líquido interno do olho, denominado humor aquoso. De uma forma geral, em torno de 2 a 3% dos pacientes com glaucoma necessitam de algum procedimento cirúrgico.


Crianças podem ter glaucoma? VERDADE.

Elas podem ter o chamado glaucoma congênito ou glaucoma infantil. Ambos são raros e podem se instalar logo após o nascimento. No caso do congênito, a criança já nasce com alterações no olho, provocadas pelo aumento da pressão intraocular ocorrida durante a gestação. As manifestações clínicas aparecem no decorrer do primeiro ano de vida e se caracterizam pelo globo ocular aumentado e alterações na transparência da córnea, que fica branco-azulada.


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