Isabella Villela, de 30 anos, estava grávida de sete meses quando contraiu a gripe H1N1 e ficou uma semana entre a vida e a morte. Se não fosse por uma técnica na qual equipamentos executam as funções de pulmão e coração ela e o bebê não estariam mais aqui para contar história. Pela primeira vez, na América do Sul, uma gestante foi salva graças a aparelhos tecnológicos na CTI de um hospital no Rio de Janeiro.
A chamada Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO, em inglês) conseguiu salvar uma gravidez de uma paciente com insuficiência respiratória aguda. A técnica, que chegou ao Brasil há menos de dez anos, proporciona a pacientes com problemas cardíacos e pulmonares extremos um aumento de 20% para 60% na chance de sobrevivência, mas também oferece riscos.
"Tentamos duas formas de ventilação mecânica na Isabella, antes de optar pela ECMO, mas não adiantaram. O maior risco da técnica é o de sangramentos", ressalta Celina.
"Comecei a tossir e a ter febre baixa, de 38 graus. Tentei resolver em casa, chupando pastilhas. Após três dias procurei os médicos: a tosse piorou tanto e tão rápido que parei de respirar", contou a moça à BBC Brasil, que desenvolveu pneumonia.
De acordo com o Ministério da Saúde, gestantes integram o grupo prioritário para serem vacinadas em postos de saúde durante as campanhas de imunização contra a gripe. Grávidas são quatro vezes mais aptas a contrair a H1N1 do que a população em geral.
Na madrugada do dia 16 de abril, Isabella foi internada no Hospital e Maternidade Santa Lúcia, na Zona Sul da cidade, onde permaneceu por três semanas – uma das quais em coma induzido, acoplada à ECMO.
"O sangue circula todo pela máquina e volta 100% oxigenado ao paciente. Além disso, o doente é entubado, para respirar. Estes coração e pulmão 'auxiliares' permitem que o organismo funcione num ritmo mais lento e ganhe força para receber os medicamentos e lutar contra a infecção", explica a médica intensivista Celina Acra, à BBC Brasil, coordenadora do CTI de adultos do hospital.
(com informações do site BBC)