Quando Louise tinha 3 anos, a mãe dela, Zoe, então com 29 anos, foi diagnosticada com demência. Ela está agora com 42 anos e vive em um lar para idosos incapazes de andar ou falar.
Zoe é uma das 17 mil pessoas na Grã-Bretanha vivendo com "demência precoce", que é definida por casos diagnosticados antes dos 65 anos.
Para a família de Zoe, os primeiros sinais de que algo estava errado foi quando Louise e sua irmã estavam de férias com a avó.
Um dia, quando parte da família estava fora, um outro parente encontrou Zoe - claramente confusa - no parque, à procura das filhas.
A avó de Louise, Julie, diz que ainda sente falta dos momentos diários que não pode mais compartilhar com sua filha - como ir às compras ou passar um dia na praia.
"É uma das piores doenças", diz ela. "Tudo foi apagado."
Depois de um tempo no hospital, Zoe foi finalmente diagnosticada com demência precoce.
Os médicos não conseguiam explicar por que isso aconteceu com alguém tão jovem.
"Logo no início, assim que ela foi diagnosticada, eles disseram que, infelizmente, às vezes essas coisas acontecem", diz Julie.
Mais jovem
Zoe conseguiu viver com as filhas no início de sua doença, mas logo ficou doente demais para tal.
Ela agora vive em uma casa de cuidados em Ashford, e está em uma ala especial para pacientes que tiveram início precoce da doença, onde ela é de longe a pessoa mais jovem.
Louise era apenas um bebê quando Zoe ficou doente, por isso tem poucas lembranças de viver com a mãe.
Mas agora ela levanta fundos para a Sociedade do Alzheimer, e, recentemente, participou de uma das Caminhadas da Memória promovidas pela instituição de caridade. Ela espera que a pesquisa possa ajudar a prevenir que o mesmo aconteça com outra família.
"Eu não posso ajudar a minha mãe, agora é tarde demais - não há nada que alguém possa fazer para ajudá-la. Mas se eu puder ajudar outras pessoas, então vale a pena.
"É também para conscientizar as pessoas. Quando eu conheço alguém, conto como minha vida é, e explico que minha mãe tem demência, porque ninguém que eu conheci sabia realmente o que é a doença e como afeta as pessoas."
A família também está tendo que lidar com a demência novamente.
A mãe de Julie, Rubi, de 85 anos, tem doença de Alzheimer há cinco anos, e agora está em um lar para idosos.
Ela foi diagnosticada depois de sair de casa à noite e caminhar vários quilômetros ao longo do canal local.
Julie - que viu tanto a filha quanto a mãe serem atingidas pela doença - agora se concentra em apoiar suas netas.
"O milagre que eu estava esperando não aconteceu", diz Julie.
"Quando as meninas eram pequenas, perguntavam: 'Por que a mamãe está doente e quando ela vai ficar melhor? E eu só tinha a dizer: 'Nós estamos esperando por um milagre'."