Corpo & Mente

Estresse e ansiedade podem causar tontura

08 jan 2019 às 17:10

Os problemas emocionais podem causar tontura? O neurologista da USP (Universidade de São Paulo) e do Hospital Israelita Albert Einstein, Saulo Nader, também conhecido como "Dr. Tontura", afirma que sim.
 
Trata-se da chamada "Vertigem Fóbica". O médico explica que o Sistema Vestibular é formado pelos labirintos, que enviam informações, através de um nervo, a uma área do cérebro, responsável pelo controle do equilíbrio e da postura da pessoa. Ela é regida por uma química cerebral, que a faz funcionar adequadamente. "Essa química pode sofrer um distúrbio e, quando isso acontece, um dos sintomas pode ser a tontura. É assim que começa a Vertigem Fóbica", diz o neurologista.
 
Os sintomas mais comuns, segundo Nader, são o atordoamento, mal estar e insegurança postural. "Imagine uma pessoa que está caminhando normalmente e, de repente, se sente insegura, instável, como se fosse cair se continuasse a fazer o movimento", explica o especialista. Segundo ele, essas sensações muitas vezes vêm acompanhadas de sensação de medo.
 
A "Vertigem Fóbica" costuma acontecer em ambientes com muita informação e conflito visual, como supermercados (com luz clara, prateleiras coloridas, grande movimento de pessoas e carrinhos), shoppings, feiras, entre outros.
 
"Às vezes, a pessoa com ‘Vertigem Fóbica’ pode sentir tontura, instabilidade e insegurança em lugares específicos, quando vai à casa de
um determinado parente, por exemplo", diz o médico.
 
O nome "Vertigem Fóbica" deriva do fato de a alteração da química cerebral se alterar de forma muito semelhante à de quem sofre de muita ansiedade ou de estresse intenso. E existe uma correlação entre ela e esses fatores, segundo o médico.

Vale lembrar que a tontura pode estar linkada, também, a outras doença psiquiátricas, como depressão, bipolaridade, ansiedade e pânico, entre outras.
A "Vertigem Fóbica" é um tipo bem diferente e peculiar de labirintite, muito relacionada sempre a questões emocionais.
 
A boa notícia, segundo o Dr. Tontura, é que existe tratamento. Se a pessoa tem uma outra doença vestibular ativa, que foi perpetuada e piorada pela "Vertigem Fóbica", essa doença também precisa ser tratada. "Existem remédios que trazem a química cerebral de volta para o lugar, aliviam os sintomas e permitem que se tenha uma vida completamente normal. O importante é fazer o diagnóstico para ter um tratamento adequado", finaliza Nader.


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