Corpo & Mente

Especialista aponta sete hábitos diários para reduzir o estresse

26 set 2019 às 10:14

Tremores, aumento da pressão arterial, insônia, dor de cabeça, irritabilidade e aceleração do ritmo cardíaco. Esses são alguns dos sintomas mais frequentes de um episódio de estresse, problema que afeta mais de 90% da população no mundo, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).

No Dia Mundial de Combate ao Estresse, celebrado na última segunda-feira (23), a psicóloga Rita Calegari, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, reforça a importância de inserir hábitos mais saudáveis na rotina diária para evitar problemas graves, como doenças cardiovasculares e depressão.


De acordo com o Ministério da Saúde, o estresse é um dos responsáveis por mais de 130 milhões de infartos no Brasil.


"Apesar de ser uma resposta natural do corpo diante de uma situação de perigo ou de tensão, a manutenção desse estado por longos períodos pode causar danos sérios à saúde, à produtividade e, consequentemente, à qualidade de vida das pessoas”, alerta a especialista.


Mas como evitar o estresse? Segundo Rita, é aí que está o problema. "Atualmente, com os estímulos da vida moderna e a rotina acelerada, é muito difícil conseguir escapar de situações que nos deixam estressados”, frisa.


O que as pessoas podem fazer, de acordo com a psicóloga, é avaliar o que pode ser modificado em suas rotinas para reduzir o estresse e fortalecer seu organismo para enfrentar as situações estressoras que não podem ser alteradas.


A seguir, a psicóloga destaca sete hábitos diários simples que ajudam a combater o estresse:


1 - Se afaste quando sentir raiva: de acordo com Rita, sentir raiva é normal, mas a frequência dessa emoção pode ser um sintoma negativo. Podemos evitar que ela atinja picos e que nos coloquem em níveis elevados de estresse, mudando o cenário quando isso acontecer. "Saia de perto da situação ou da pessoa que despertou esse sentimento em você, tente respirar profundamente algumas vezes e refletir com empatia sobre o que causou esse sentimento. Se possível, retorne só quando se sentir mais calmo”, sugere.


2 - Faça momentos de silêncio: a especialista comenta que, sobretudo para quem vive nas áreas urbanas, o barulho pode ser um gatilho para o estresse. "O som dos carros, máquinas e equipamentos eletrônicos, entre outros, que mal percebemos no nosso dia-a-dia, nos mantêm em alerta permanente, a ponto que fica difícil relaxar”, destaca.


A dica, neste caso, é reservar alguns minutos para ficar em silêncio. "Feche os olhos, sente-se em uma posição confortável, longe de qualquer barulho e concentre-se apenas na sua respiração antes de retomar as tarefas diárias. Além disso, tente conter os ruídos que surgirão de dentro de sua mente: os pensamentos”, destaca Rita.


3 - Presenteie-se com pequenos prazeres: a psicóloga reforça que, diante de uma rotina exaustiva, uma dica para aliviar o estresse é fazer algo que desperte sensações de prazer e relaxamento. "Receber uma massagem de 15 minutos, almoçar com uma boa companhia, se permitir um mimo, uma sobremesa especial ou um cineminha no meio da semana são atividades simples, porém, com a consciência de que são intencionalmente gestos de autocuidado, podem contribuir com a nossa saúde mental”, ressalta.


4 - Repense a regra do "agora": avalie suas atividades e responsabilidades diárias e pense: tudo precisa ser resolvido agora? A especialista lembra que é saudável estabelecer prioridades na realização das tarefas, sejam elas pessoais ou profissionais. A recomendação é avaliar o que é necessário e o que é desejável. "Negocie prazos possíveis, que você consiga atender com qualidade ou deixe claro o impacto da pressa na sua entrega. Sem pelo menos a tentativa de negociar acerca das expectativas dos outros e de si mesmo, as chances de desenvolver um quadro de estresse aumentam”.


5 - Valorize ambientes saudáveis para o trabalho: se o seu trabalho é entendido como a sua fonte de sofrimento, a profissional recomenda fazer uma sincera avaliação dos motivos pelos quais você continua nele. "A crise econômica e a falta de emprego não devem tirar a expectativa das pessoas de procurar um ambiente profissional melhor para elas”, diz Rita, fazendo referência à Síndrome de Burnout, que atinge mais de 30% dos brasileiros segundo dados da Isma (International Stress Management Association). "Especialmente, porque as empresas já estão atentas a necessidade de desenvolver boas políticas internas de RH (Recursos Humanos) para reter os seus talentos”, lembra a psicóloga.


6 - Peça ajuda: "Nós somos seres coletivos, não precisamos fazer tudo sozinhos”, afirma a especialista. Ela explica que o hábito de pedir ajuda reduz a pressão e traz sensações de conforto, o que aumenta o bem-estar. Para quase todas as situações de crise intensas (doenças, mortes, separações, acidentes entre outras) a rede de apoio de uma pessoa é fator decisivo na sua superação. O mesmo ocorre para as situações de estresse diária. Ao nos isolarmos, além de perder a perspectiva do nosso sofrimento (possivelmente intensificando-o), impedimos que o fluxo de amor, de atenção, de solidariedade das pessoas nos atinja, o que nos contagia positivamente.

7 - Pratique atividades físicas e/ou artísticas: o nosso cérebro é estimulado em áreas diferentes quando estamos praticando esportes ou realizando atividades artísticas. Essa mudança na estimulação de hemisfério cerebral, pode produzir efeitos positivos para reduzir o estresse. Portanto, a psicóloga recomenda caminhar ou praticar esportes (que também libera endorfinas) e cantar, dançar, fotografar, cozinhar ou pintar. "Descubra o seu talento e explore coisas que goste de fazer”, finaliza.


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