Corpo & Mente

Entenda mais sobre o tratamento para a deformidade dentofacial

27 abr 2015 às 15:40

O crescimento da face é um processo complexo que evolui ao longo da infância e adolescência. As características faciais e das arcadas dentárias dependem da harmonia no desenvolvimento dos maxilares entre si e em relação ao resto da face e crânio.

Quando os maxilares crescem de maneira desordenada (em quantidade ou direção), certas deformidades, ditas dentofaciais, podem surgir.


A ortodontista Dra. Tatiana Barone, explica que as deformidades dentofaciais são um grupo de condições caracterizadas pela associação entre problemas ortodônticos (má-oclusão dentária) e estéticos, pois a causa do problema reside não apenas nas arcadas dentárias, mas sim no esqueleto facial (principalmente a mandíbula e maxila). Estas condições são agrupadas de acordo com suas características clínicas e são representados por tipos faciais bem conhecidos (e caricaturados) pelo público leigo.


Os tipos mais comuns são:


Prognatismo mandibular (queixo grande);
Retrognatismo mandibular (queixo pequeno);
Mordida aberta;
Assimetrias;
Excesso vertical da maxila (sorriso gengival);
Deficiência de maxila (Falta de projeção da maçã do rosto);
Dentes anquilosados;
Atresia da maxila (dentes apinhados / mordida cruzada);


Os portadores de deformidades dentofaciais sofrem de uma série de problemas que dependem do tipo e gravidade do caso, e podem envolver:


Problemas mastigatórios e disfunção têmporo-mandibular;
Problemas respiratórios (respiração bucal ou apnéia do sono);
Alterações da fala;
Distúrbios psico-sociais em virtude da deformidade estética;


A normalização das formas e tamanhos dos maxilares, tornando-os proporcionais e trazendo benefícios estéticos à face, se dá através de tratamento orto-cirúrgico. Inicialmente o ortodontista alinha e nivela os arcos dentários para que a cirurgia ortognática seja realizada. Esta cirurgia é realizada por um Cirurgião bucomaxilofacial e uma equipe completamente treinada e capacitada para tal procedimento.


Nesta segunda etapa, cortes precisos são feitos em locais previamente estudados do esqueleto facial para que os segmentos ósseos possam ser posicionados adequadamente. Tudo é feito após horas de planejamento, que envolve análise facial, das arcadas dentárias, das radiografias, e simulações das diversas modalidades cirúrgicas em computador e em réplicas de resina do crânio dos pacientes. Tudo isto é feito para que se consiga precisão milimétrica e fidelidade absoluta na cirurgia.


Os segmentos ósseos são fixados na nova posição através de placas e parafusos muito delicados mas bastante rígidos, feitos de titânio (o metal mais biocompatível que existe) que não necessitam remoção no pós-operatório. Este método de fixação, quando indicado, dispensa o tradicional e desconfortável bloqueio intermaxilar, em que as arcadas dentárias são mantidas amarradas entre si por 3 a 6 semanas, dependendo do caso.


A cirurgia é realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia geral e, na maior parte dos casos, os pacientes permanecem hospitalizados por apenas 12 a 24 horas.

Após o controle pós-operatório, realizado semanalmente por cerca de 1 mês, o ortodontista reinicia os ajustes no aparelho ortodôntico para a finalização do tratamento (o que pode levar alguns meses, dependendo do caso).


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