Corpo & Mente

Divorciados são mais propensos a ter um ataque cardíaco

17 abr 2015 às 13:42

Segundo estudo realizado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, diz que os divorciados são mais propensos a sofrer ataques cardíacos do que pessoas que permanecem casadas.

A pesquisa levou em conta a análise de 15.827 pessoas mostrando que as mulheres são as mais afetadas, e este risco quase não foi alterado mesmo depois de elas casarem novamente.


O estudo, publicado no periódico científico Circulation, avalia que estresse crônico, como o enfrentado em processos de divórcio, tem um impacto de longo prazo no organismo. Ao longo da pesquisa, realizada entre 1992 e 2010, cerca de uma a cada três pessoas se divorciou.


Os cientistas descobriram que mulheres que passaram por um divórcio têm 24% mais chances de sofrer um ataque cardíaco do que aquelas que ficaram casadas. O risco aumentou para 77% quando a mulher tinha enfrentado mais de um divórcio. Entre homens, as chances aumentaram 10% após um divórcio e 30% após mais de um."É um risco significativo e comparável ao de ter pressão alta ou diabetes", diz a cientista Linda George, uma das autoras do estudo.


Um novo casamento teve um efeito positivo muito pequeno sobre este risco entre as mulheres, mas o eliminou entre os homens. "Acredito que esta seja a parte mais interessante da pesquisa", avalia George.


Mas por quê?


Os pesquisadores chegaram à conclusão de que mudanças no estilo de vida, como cortes na renda, não aumentaram o risco de infarto. "Sabemos que o estresse psicológico pode afetar o sistema imunológico e levar a inflamações mais frequentes e um desequilíbrio hormonal", afirma George.


"Se esta função imunológica permanecer alterada por muitos anos, isso pode ter um preço para o organismo."


A pesquisadora destaca que a diferença do impacto do estresse entre homens e mulheres também é encontrada em casos de depressão e que o divórcio representa um "fardo psicológico" maior para as mulheres, apesar de não ser possível neste momento "entender o que de fato está ocorrendo".


Ao mesmo tempo, medicamentos podem reduzir o risco causado pela pressão alta, mas não há uma solução simples para a dor causada pelo divórcio. A recomendação dos cientistas é buscar o apoio de amigos e familiares.


Para Jeremy Pearson, da British Heart Foundation, que promove estudos de males cardíacos, é sabido há algum tempo que a saúde mental pode afetar o coração.


"Mas os resultados deste estudo não são uma evidência definitiva (da ligação entre o estresse causado pelo divórcio e o maior risco de infarto). Precisamos de mais estudos antes de considerar o divórcio um fator de risco significativo para ataques cardíacos."

(Com informações bbc)


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