Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, 17 milhões de pessoas morrem de doenças cardiovasculares em todo mundo. No Brasil, onde os problemas do coração são a principal causa de morte, acontecem anualmente cerca de 400 mil óbitos devido a estas complicações. Deste total, 42% dos casos ocorrem em pessoas do sexo feminino.
O cardiologista Carlos Dornas, do Hospital do Coração do Brasil, afirma que os números elevados devem servir de alerta para que as mulheres se preocupem mais com a saúde cardíaca.
"Em geral, elas se atentam muito a outros aspectos da saúde e acabam deixando os cuidados com o coração em segundo plano. Porém, o número de mortes femininas causadas por doenças cardiovasculares cresce a cada ano. E elas são vítimas, principalmente, de infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC)", ressalta o especialista.
Ele acrescenta que no que se refere ao infarto, o principal sintoma desta enfermidade são as dores no peito. "Porém, é muito comum que as mulheres sofram infartos com sinais atípicos, como falta de ar, desmaio, sudorese e palpitação. Por isso, recomendamos que elas tenham um acompanhamento cardiológico e, em especial, que procurem um médico se apresentarem qualquer incômodo recorrente".
O médico esclarece que, em geral, o infarto feminino acontece mais tardiamente do que o masculino. "Em média, as mulheres têm o primeiro infarto uma década após os homens. Isso aumenta o risco de morte, já que nesta faixa etária é comum a presença de doenças, como hipertensão, diabetes, problemas renais, que podem causar complicações graves quando associadas ao infarto. Além disso, quando elas infartam, geralmente, procuram ajuda médica mais tardiamente, o que pode prejudicar muito o tratamento", observa.
Prevenção
Dr. Carlos Dornas enfatiza que a prevenção é a melhor estratégia para evitar as doenças do coração. "O ideal é comparecer ao cardiologista ao menos uma vez por ano. Porém, mulheres que fumam, são sedentárias e não se alimentam adequadamente ou estão acima do peso, devem ter cuidado redobrado com a saúde cardiovascular", destaca.
O médico lembra que quem tem histórico de infarto na família precisa de um acompanhamento cardiológico precocemente. "Desta forma, é possível observar a saúde do coração, evitar doenças ou, pelo menos, minimizar os danos causados por elas", conclui.