Quase tão comum quanto o enjôo, é o aparecimento de hemorroidas durante a gestação. Seu aparecimento está diretamente relacionado com o aumento da pressão intra-abdominal, motivada pela expansão do útero e também pela dilatação de todos os vasos do corpo da mãe, provocados pela ação da progesterona, hormônio que tem sua produção aumentada durante o período gestacional.
De acordo com o médico Vladimir Schraibman (CRM-SP 97304), especialista em cirurgia geral e gastrocirurgia, , se a mulher já apresentava prisão de ventre antes da gravidez, por causa de uma dieta pobre em fibras, então o risco de hemorroidas aumenta ainda mais.
As temidas hemorroidas são formadas por músculos e vasos sanguíneos que se localizam no canal anal. Quando hemorroida inflama, podem surgir vários outros sintomas incômodos, como dor, inchaço e sangramento. "Há aparecimento do mamilo hemorroidário com sangramento eventual durante a evacuação. Além disso, há casos nos quais existe risco de trombose da hemorroida, com maior dor e, eventualmente, necessidade de cirurgia", diz a ginecologista médica Rosa Maria Neme, doutora em medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo.
Segundo Vladimir Schraibman, não se sabe a causa dessa doença e também não há nenhum estudo que tenha demonstrado se há predisposição genética ou não. "Entretanto, a melhor prevenção para a mulher é seguir os cuidados higiênico-dietéticos mesmo antes de engravidar. Deve-se evitar a higiene da região anal através da fricção de papel higiênico ou qualquer tipo de papel seco no local, preferindo a lavagem com água e sabão ou lenços umedecidos. Recomenda-se uma dieta rica em fibras alimentares e a ingestão de, pelo menos, 2 litros de água ou sucos para proporcionar uma boa regulação do hábito intestinal, com evacuações diárias. Seguindo essas orientações, as chances de haver alguma crise por doença hemorroidária durante a gravidez diminui muito", afirma o especialista.
Mas, se o problema já tiver se manifestado, o tratamento inicial é o mesmo para pacientes gestantes e não gestantes: cuidados higiênico-dietéticos, pomadas locais, banho de assento e analgésico oral. A diferença está na restrição ao uso de antiinflamatórios que são proibidos durante o período gestacional e em relação ao tratamento cirúrgico que deve ser evitado ao máximo durante a gravidez, ficando restrito para alguns casos de trombose e exteriorização hemorroidária. De acordo com a médica Rosa Neme, a tendência das hemorroidas é de se tornar pior com o decorrer da gravidez, com pico de sintomas nas últimas semanas (38ª-39ª semana), porém logo após o parto geralmente observa-se uma grande melhora.
Com o término da gravidez, geralmente as hemorroidas diminuem de tamanho e o processo inflamatório termina. De qualquer modo, se os cuidados com higiene e uma alimentação rica em fibras associada à ingestão de líquidos, não forem sempre mantidos haverá um risco de aparecer uma nova crise. "Após várias crises, entretanto, as hemorroidas tornam-se maiores e o tratamento cirúrgico pode ser necessário", finaliza o médico (com Prestige Assessoria de Comunicação e Marketing).