Corpo & Mente

Cirurgia plástica em crianças: quais são os casos?

13 mar 2013 às 14:31

O Dia Mundial da Infância, celebrado em 21 de março, data instituída pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (em inglês United Nations Children's Fund - UNICEF), é uma oportunidade para ampliar as discussões que visam garantir os direitos e melhorar a qualidade de vida de crianças e jovens. Dentre as várias discussões possíveis, existe uma que merece destaque e aparece cada vez mais com números consideráveis: de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), são realizadas 127.887 mil cirurgias plásticas por ano em crianças, o que representa 21% do total de procedimentos cirúrgicos estéticos ou reparadores no Brasil.

Os números cresceram muito devido aos avanços das técnicas cirúrgicas e anestésicas, que tornaram os procedimentos estéticos e reparadores muito mais confortáveis e seguros, tanto para as crianças quanto para os pais e médicos. Dessa forma, é muito incomum ser submetido a uma cirurgia na infância e ter más lembranças do procedimento. Pelo contrário, o tratamento bem realizado pode trazer grandes benefícios no âmbito estético, no desenvolvimento da personalidade da criança e na satisfação dos pais.


Segundo o cirurgião plástico, Alderson Luiz Pacheco, de Curitiba, as cirurgias reparadoras são as mais realizadas em crianças de até três anos de idade, abrangendo principalmente a correção das más formações inatas, como, por exemplo, fissuras de lábio e palato. "A cirurgia para correção da fissura labial pode ser realizada, em alguns casos, já nos três primeiros dias de vida, mas tudo depende da avaliação do cirurgião", ressalta o especialista.


Quando se trata da estética, a cirurgia mais procurada para as crianças é a Otoplastia, a correção das "orelhas de abano". Porém, este procedimento só pode ser realizado após os quatro ou cinco anos de idade, quando a orelha já está desenvolvida o suficiente. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, graduado em medicinapela Universidade Federal do Paraná e pós-graduado em Cirurgia Geralpelo Hospital de Clínicas da UFPR, Pacheco comenta que, quando necessário, é indicado realizar esse procedimento quando a criança ainda está na fase pré-escolar, para evitar problemas de socialização com outras crianças – este pequeno "defeito" pode ser motivo de chacota entre os colegas de turma.


As cirurgias reparadoras também são bastante realizadas nesta faixa etária. Muitos acidentes domésticos envolvendo crianças acontecem nessa idade, ocasionando, entre outros problemas, queimaduras e quedas (que causam fraturas) - que podem ter seus efeitos minimizados ou até resolvidos por meio dos procedimentos plásticos. Tumores congênitos de face, cabeça e pescoço também são frequentemente operados, assim como são comuns as cirurgias para corrigir cicatrizes de aspecto inadequado.


Outras deformidades que podem – e devem – ser corrigidas ainda na infância são a Polidactilia (excesso de dedos) e Sindactilia (dedos colados), a Microtia ou agenesia de orelha, - a ausência parcial ou total do pavilhão auricular - e Nevus, as pintas, que podem ser gigantes – e quando isso acontece, exigem um grande número de intervenções para remoções parceladas, já que a retirada total pode deixar sequelas.

Apesar de todos os problemas apresentados anteriormente, Alderson Pacheco, ressalta que "diante de qualquer deformidade que a criança venha apresentar, as mães de hoje em dia podem ficar tranqüilas. A ciência médica possui soluções bastante razoáveis para quase todos os problemas", conclui.


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