Corpo & Mente

Calor aumenta o risco de pedras nos rins

27 jan 2014 às 16:33

No verão, o intenso calor e a falta de ingestão de líquido, são os fatores que mais comprometem a saúde dos rins, principalmente a dos homens - com o surgimento dos cálculos renais. Já para as pessoas que sofrem do problema, a propensão a ter mais cálculos no período das altas temperaturas é muito maior em comparação as outras estações do ano.

Os cálculos, conhecidos popularmente como pedras nos rins, afetam aproximadamente 5% das mulheres e 12% dos homens. É um quadro agudo que surge geralmente pelo acúmulo de cristais a partir de substâncias presentes na urina. Eles são formados por ácido úrico, oxalato, cálcio e cistina. "Estas substâncias se depositam nos rins ou no canal urinário em formato de pedras e podem provocar dores intensas, e obstruções no sistema urinário, gerando riscos e graves complicações", explica o médico nefrologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), José Gastão Rocha de Carvalho.


De acordo com o médico, a maior incidência em homens ainda não tem uma causa definida. A hidratação é a principal maneira de se proteger. "A situação é frequente em pessoas que vivem em ambientes com temperatura elevada, ambiente seco, ar condicionado, e quando a ingestão de líquida é insuficiente", explica o médico.


A água no organismo faz com que a urina seja diluída, reduzindo a concentração de cristais e facilitando o trabalho dos rins na hora de eliminar nutrientes que não são mais necessários para o organismo. Porém, o médico orienta para outros fatores dietéticos que podem contribuir com o problema, como a ingestão excessiva de sal, proteína animal, açúcares refinados, alimentos que contenham quantidades elevadas de sódio, cálcio e ricos em oxalatos, como suco de laranja, maçã, alguns tipos de verduras e refrigerantes colados. "Estes produtos devem ser moderadamente consumidos", alerta o especialista.


Os casos de cálculos renais também estão associados a fatores genéticos e doenças como – diabetes, obesidade, hipertensão, gota, doença e insuficiência renal crônica. "Das associações mais preocupantes é a possível relação com doenças do coração, principalmente em mulheres", afirma o médico.


Os sintomas podem variar- desde o aumento da frequência para ir ao banheiro, pequenos desconfortos para urinar, até dores localizadas. "A dor tem variações conforme a localização do cálculo", explica o nefrologista.


De acordo com o médico, é necessário também ficar atento a outros sintomas. "Se a urina está escura e com sangue, se há dor, ânsia, vômito, febre ou fraqueza é recomendado procurar um nefrologista ou urologista para investigar o caso". "Casos que apresentam febre são mais preocupantes", complementa o especialista.

O médico pode solicitar um exame de sangue e urina ao paciente para diagnosticar. "Os exames de imagens mais úteis para descobrir o cálculo são a ultrassonografia e a tomografia", explica o nefrologista. Se o paciente sentir cólica renal deve procurar um hospital, onde os médicos aplicam soro e medicamentos para aliviar a dor. Em 90% as pedras são liberadas de forma espontânea. Em casos mais graves, quando há dor e infecção urinária, mas o cálculo não sai de forma natural é necessário retirá-lo por meio de cirurgia, ou por outros métodos menos invasivos.


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