Corpo & Mente

Brasileira marca cesariana por medo da dor, diz estudo

21 ago 2013 às 14:31

O BabyCenter, site de gravidez e maternidade, divulgou na última terça-feira os resultados de uma pesquisa especial sobre a experiência de vivenciar um parto no Brasil. A sondagem revela que a grande maioria das brasileiras (82%) está satisfeita com seu médico, que o medo da dor do parto normal é o maior motivo por trás do alto índice de cesarianas no país.

"Ouve-se falar muito que os médicos marcam cesarianas por sua própria conveniência de tempo e dinheiro, mas foi interessante notar nesta pesquisa como isso se combina a um medo que as brasileiras têm da dor do parto para chegar aos recordes de cirurgias que se faz aqui no Brasil", afirma Carolina Schwartz, editora-adjunta do site e coordenadora da pesquisa.


"Por outro lado, apesar dos grandes desafios que ainda envolvem o pré-natal e os partos, especialmente na rede pública, descobrimos que as mulheres estão mais contentes do que imaginávamos com a maneira como são tratadas pelos médicos e pelos outros profissionais de saúde."


A pesquisa Nascer no Brasil foi realizada com 1.924 leitoras do site que deram à luz ao longo de 2012 e responderam a quase 50 perguntas sobre suas expectativas, ansiedades e o que aconteceu antes, durante e depois do parto. Entre os destaques e tendências da sondagem estão:


• 47% das mulheres aprovaram a qualidade do pré-natal;
• 61% fizeram o parto em um hospital do convênio médico;


Cesariana por escolha


Quase metade das leitoras do BabyCenter, 48%, declarou ter marcado uma cesariana com antecedência. Uma proporção de 27% acabou dando a luz por via vaginal e de 25% fazendo uma cesárea após tentativa de parto normal.


Isso quer dizer que 73% das mulheres ouvidas pelo BabyCenter passou por uma cesariana. A proporção recomendada pela Organização Mundial da Saúde é de 10% a 15%.


Mais de um terço (36%) das que optaram com antecedência pela cesárea citaram como motivo o medo do parto normal. Outro terço (31%) afirmou ter preferido a cirurgia eletiva por acreditar que era mais seguro para o bebê. Segundo 81% das entrevistadas que marcaram cesariana, não houve pressão do médico para agendar a cirurgia; 19% disse ter sentido tal pressão.


Alguns depoimentos de mães que responderam à pesquisa e passaram por cesarianas:


"A impressão que tenho é que não existem tantos médicos prontos para um parto normal."


"Fiz por medo de acontecer alguma coisa errada e eu perder meu filho, já que eu já tinha sofrido um aborto."


Mais rede familiar, menos rede social


O nascimento de um bebê no Brasil é um evento que geralmente envolve a família toda e é cercado por um grande vai-e-vem de gente. Mas ao contrário do que indica a natureza altamente "plugada" dos internautas do país, somente 27% das mulheres declararam ter usado redes sociais para compartilhar informações diretamente do parto com familiares, contra 73% que optaram por se deslogar por completo.


De acordo com a sondagem do BabyCenter, 89% das mamães receberam 20 visitantes ou menos no hospital ou maternidade após o nascimento do bebê, e apenas 11% delas tiveram a visita de 20 ou mais pessoas.

Quanto à filmagem para a posteridade, 38% das entrevistadas não quiseram, 28% não tiveram autorização do hospital e 25% gravaram todos os detalhes do nascimento.


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