A pré-eclâmpsia é uma doença exclusiva da gestação e se caracteriza pelo aparecimento de hipertensão e proteinúria após a 20ª semana de gestação. É uma das principais causas da incidência e de óbitos no Brasil e no mundo. Segundo a OMS, acomete cerca de 5 a 7% das gestantes; em sua apresentação mais severa, a eclampsia, ocorre, em geral, em 14% das gestações, aumentando o índice de mortalidade materna e fetal.
As principais complicações maternas são a encefalopatia hipertensiva, hemorragia intracraniana, edema agudo de pulmão, insuficiência cardíaca e insuficiência renal. Em relação ao concepto, grande parte das complicações está relacionada a graus variados de prematuridade.
Não existe prevenção à pré-eclâmpsia, ela é uma patologia heterogênia, multifatorial, de etiologia e possui uma etiologia ainda desconhecida e aparentemente associada aos fatores autoimunes e muito complexa.
"Durante o pré-natal minucioso, podemos identificar e orientar as pacientes de risco para promover o diagnóstico precoce e, assim, prevenir a sua forma drástica, a eclâmpsia", explica a médica Maria Rita Mesquita, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).
Grupo de risco
Este quadro clínico é mais frequente em gestantes com obesidade ou sobrepeso, idade materna inferior a 18 anos ou superior a 35 anos, histórico familiar da doença geralmente ocorrido com mãe ou irmã, assim como diabetes, antecedentes de problemas renais ou reumatológicos, fumantes, gemelaridade ou gravidez múltipla, primipaternidade além de intervalo interpartal maior que 10 anos.
Diagnóstico e tratamento
O pré-natal é fundamental na identificação dos fatores de risco, além dopara o diagnóstico precoce e identificação dos fatores importantes para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia.
Além do exame clínico, estão indicados exames laboratoriais como hemograma completo, avaliação da função renal e hepática, coagulograma e identificação de proteína na urina ou proteinúria de 24 horas.
O tratamento definitivo da pré-eclampsia é o parto. "Dependendo de fatores como idade gestacional, gravidade, bem estar fetal, presença ou não de complicações a interrupção da gravidez está indicada", pontua dra. Maria Rita.
Entretanto, a instalação precoce da doença favorece a prematuridade associado a elevados índices de morbiletalidade perinatal. Na tentativa de evitar complicações perinatais, varias condutas tem sido propostas enquanto não é possível a interrupção da gravidez tais como corticoterapia para a maturação do pulmão fetal, expansão do volume plasmático, internação para repouso materno, uso de sulfato de magnésio como anticonvulsivante além da utilização de drogas anti-hipertensivas.
Em casos iniciais e brandos, a pré-eclâmpsia pode ser tratada de forma ambulatorial com avaliação obstétrica, na qual a resolução da gravidez pode acontecer de forma natural.