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Amigdalite mal tratada pode evoluir para problema nos rins

Tayguara Ribeiro - Folhapress
10 mar 2020 às 09:56

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- Reprodução/Pixabay
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Embora seja uma doença relativamente comum, a amigdalite pode evoluir para quadros mais graves, quando não tratada de forma adequada. Por isso, a orientação de não se automedicar é ainda mais necessária no caso desta doença.

"Se por um lado o uso excessivo e desnecessário de antibióticos pode gerar bactérias mais fortes e resistentes, por outro o tratamento não adequado de amigdalites bacterianas predispõe a complicações, como abscessos, febre reumática e problema nos rins (glomerulonefrite)", avalia Renata Christofe Garrafa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.

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"É importante ter em mente que a maioria das amigdalites são virais e não necessitam de antibióticos. Entretanto, em casos bacterianos os antimicrobianos são essenciais para evitar a progressão para situações mais graves. Por isso, desencorajamos a automedicação e sugerimos sempre a avaliação de um especialista", diz a médica.

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Quem sofre com crises constantes também deve ficar atento na hora do tratamento. Apenas uma minoria dos casos de amigdalites apresenta a indicação cirúrgica para remoção das amígdalas, de acordo com a a especialista.

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Para ela, isso só é necessário quando "as amigdalites são bacterianas e recorrentes ou em amigdalites complicadas". "Nos casos em que as amigdalites são bacterianas e recorrentes, indica-se a cirurgia se o paciente tiver apresentado sete amigdalites em um ano; cinco amigdalites por ano, em dois anos consecutivos; ou três amigdalites por ano, em três anos consecutivos", afirma.


Andy Vicente, otorrinolaringologista do Hospital Cema , afirma que não há um consenso sobre a indicação. Segundo ele, é importante ressaltar que é essencial um esclarecimento do paciente e de sua família, quando há indicação de cirurgia. "Muitas vezes, como se trata de uma cirurgia muito popular, as pessoas tendem a minimizar suas repercussões, não estando preparadas para as manifestações pós-operatórias, como possibilidade de dor, hemorragias e vômitos."

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O especialista explica que a amigdalite ocorre, geralmente, em decorrência de infecções virais ou bacterianas, a doença é transmitida por meio de gotículas de saliva. "Por isso é essencial tomar medidas preventivas de higiene, como lavar as mãos, para evitar maiores contágios."


A amigdalite é uma inflamação das amígdalas, que se localizam na parte posterior da garganta. Os sintomas mais frequentes são dor de garganta e febre.

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Frio favorece inflamação da via aérea


Muitos mitos surgem em torno da amigdalite, como os relacionados ao consumo de sorvete ou ao uso de ar-condicionado. No entanto, este tipo de fator não causa a doença que surge após o contágio por vírus ou bactéria transmitidos por gotículas de saliva.

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Apesar disso, a médica Renata Christofe Garrafa afirma que é importante ficar atento para outros desconfortos que estas situações podem gerar.


Segundo ela, "o contato direto com ar-condicionado e com sorvete não é capaz de gerar amigdalite. Entretanto, ficar exposto ao frio pode favorecer inflamações das vias aéreas. A saúde e o bom funcionamento do epitélio respiratório dependem da temperatura local", diz Renata.


"O epitélio respiratório, que compreende desde o nariz até o pulmão, passando pela garganta, é composto por células ciliadas capazes de filtrar o ar. Estar exposto a temperaturas muito frias pode diminuir a função dessas células e deixar lento o batimento dos cílios, tornando o indivíduo predisposto a inflamações e infecções locais", conclui.

O otorrino Andy Vicente concorda. "O ar-condicionado pode facilitar o aparecimento de doenças respiratórias, especialmente em pessoas com alergias, com rinites e sinusites, isso porque ele provoca um ressecamento das vias aéreas, o que favorece a entrada de agentes infecciosos. Tomar coisas geladas, como o sorvete, não tem relação com propagação de doenças, pois não é a temperatura que causa a enfermidade", conclui.


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