Para comemorar a descoberta da gravidez, a futura mamãe pode brindar com um copo de água, suco ou qualquer outra bebida, desde que não contenha álcool. Mas por que é tão importante ficar longe da bebida alcoólica durante esse período?
De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), organização não governamental que se destaca como uma das principais fontes no País sobre o tema, a exposição ao álcool pode desencadear consequências graves e irreversíveis ao bebê; isso porque o álcool atravessa a placenta e, cerca de uma hora depois, o nível de álcool no sangue fetal é equivalente ao do sangue da mãe.
"A situação é agravada porque o feto não consegue metabolizar e eliminar o álcool, que permanece em seu organismo por mais tempo, até retornar à circulação materna", afirma o Dr. Arthur Guerra de Andrade, presidente executivo do Cisa.
O consumo de álcool na gestação pode ocasionar a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que compromete o desenvolvimento do cérebro, causa anormalidades faciais, problemas intelectuais, hiperatividade, dificuldade de aprendizado, linguagem e memorização, problemas comportamentais, e até complicações cardíacas.
No Brasil, para cada mi bebês nascidos, até dois podem apresentar SAF, superando os índices de outros distúrbios, como a Síndrome de Down. "Parece simples evitar a SAF, é só eliminar a ingestão de bebidas alcoólicas durante a gravidez, já que a SAF é 100% atribuída ao álcool", reforça o Dr. Arthur Guerra.
No entanto, devemos lembrar que, segundo pesquisa feita pela Sociedade de Pediatria de São Paulo, mais de 30% das grávidas declararam consumir álcool, e mais de 20% dos médicos pré-natalistas desconhecem os perigos do álcool às gestantes.
Vale destacar também que os cuidados devem continuar no período de amamentação, pois cerca de 2% do álcool consumido pela mãe passa ao bebê pelo leite materno.