Sarampo, coqueluche e varicela são algumas das doenças mais lembradas quando se fala em infância. Apesar disso, os adultos não estão livres do risco de contrair essas doenças e por isso devem estar atentos aos sintomas característicos de cada uma delas.
Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, o comportamento dessas doenças varia em crianças e adultos. "Como as crianças têm saúde mais frágil, é comum que elas manifestem a doença de forma mais severa. Nos adultos, isso é diferente, pois eles já desenvolveram seus sistemas de defesa e podem ter adquirido maior imunidade", destaca.
Mesmo que os adultos não desenvolvam a forma severa, a transmissão ainda pode ocorrer. "A chance de um adulto saudável morrer por coqueluche, por exemplo, é bastante pequena. Contudo, uma mãe infectada pode transmitir a doença para o filho durante a amamentação ou em outro momento de interação com a criança. É preciso evitar que isso aconteça", explica o superintendente.
A coqueluche é uma doença infecciosa transmitida através da fala, tosse ou espirro. A doença compromete o sistema respiratório e tem como principal sintoma a tosse comprida. As crianças menores de um ano são as que mais apresentam risco de desenvolver a forma grave, inclusive podendo precisar de internamento hospitalar.
"A vacina contra a coqueluche só pode ser administrada após a criança completar dois meses e, antes da imunização, contrair a doença pode ser muito grave", alerta o superintendente, ressaltando a importância de que adultos procurem uma unidade de saúde aos primeiros sintomas para evitar a transmissão.
Já o sarampo está controlado no Brasil, mas o risco de novos casos é iminente. Isso acontece porque em vários países da Europa, Ásia, África e América ainda há a ocorrência de surtos, reforçando a necessidade da vacinação das crianças.
A coordenadora do Centro Estadual de Vigilância Epidemiológica, Cleide Oliveira, explica que por conta da constante circulação de pessoas entre os países, a ocorrência de novos surtos no Brasil é algo possível. "Hoje, não existem fronteiras para as doenças. Por isso, temos que estar sempre preparados para tratar os casos e desenvolver medidas de bloqueio de transmissão, principalmente agora com a Copa do Mundo", afirmou.
Os sintomas do sarampo são manchas vermelhas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite e coriza.
Outra doença bastante comum na infância é a varicela, que registra um aumento considerável no número de casos com a chegada da primavera. A varicela, também conhecida como catapora, é altamente contagiosa, mas geralmente é benigna.
Quem adquire o vírus da doença pela primeira vez fica imune à varicela para o resto da vida. Os primeiros sintomas são febre, mal-estar, dor de cabeça e cansaço. A partir do primeiro dia, surgem pequenas manchas avermelhadas na pele, que provocam coceira intensa.
Prevenção – Para o tratamento de todas essas doenças a recomendação é procurar a unidade básica de saúde mais próxima. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e possibilita que o tratamento seja mais eficaz.
Quanto à proteção, a secretaria estadual da Saúde orienta a manutenção de hábitos saudáveis de higiene. "A maioria dessas doenças são transmitidas por vias orais. Portanto, as mesmas medidas de prevenção da gripe também valem para elas", explica a médica da secretaria, Júlia Cordelini.
Outra alternativa de prevenção são as vacinas, que estão disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde. As doses contra o Sarampo, Coqueluche e Varicela fazem parte do calendário básico de vacinação das crianças e, por isso, é importante manter as carteiras de vacinação sempre atualizadas.
Capacitação – Para melhorar a vigilância dos casos e subsidiar as ações de controle, o Governo do Estado e o Ministério da Saúde estão capacitando os profissionais que atuam nas áreas de Vigilância de Doenças Transmissíveis em municípios e regionais.
O evento está focado na qualificação das ações de controle das seguintes doenças: meningites virais e bacterianas, coqueluche, sarampo, rubéola, síndrome da rubéola congênita, varicela, paralisia flácida aguda/poliomielite (PFA/pólio), tétano (acidental e neonatal).
A oficina acontece nesta semana em Curitiba e reúne cerca de 100 profissionais de saúde. Entre os temas discutidos estão a situação da cobertura vacinal do Estado, medidas de controle, a importância dos sistemas de informação e notificação de casos, o processo de análise de amostras para confirmação de casos e a situação epidemiológica do Paraná e do Brasil.