Durante a pandemia, várias listas de remédios farmacêuticos e caseiros “eficazes contra a Covid-19” circularam pelas redes sociais, estimulando a automedicação. Uma pesquisa do Datafolha revelou que em 2021, no segundo ano da pandemia, uma em cada quatro pessoas "tratou precocemente" ou "preveniu" a doença com o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes no combate e prevenção da Covid-19 e sem orientação médica.
É comum que as pessoas tenham medicamentos em casa para tratar dores leves, como as de cabeça ou musculares. Essa automedicação, no entanto, é prejudicial à saúde e pode levar à identificação tardia de diversas doenças.
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"Os riscos da automedicação vão além do agravamento da doença. Os sintomas podem ser mascarados e, ao procurar atendimento, o caso pode ser irreversível, levando até mesmo à morte", explica a farmacêutica Francielle Mathias, do marketplace Consulta Remédios.
De acordo com uma pesquisa de 2020 do Consulta Remédios, 73% das pessoas se automedicam, sendo o Brasil o país com o maior número de pessoas que tomam remédios sem receita médica.
Segundo um levantamento do Ictq (Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade), os principais prescritores informais de medicamentos são familiares (68%), balconista de farmácia (48%), amigos (41%) e vizinhos (27%). Os sintomas mais tratados com a automedicação são dor de cabeça (56%), febre (32%), resfriado (31%), dores musculares (28%), tosse (24%) e dor de barriga (18%). A maioria destes sintomas podem ser percebidos em todas as variantes da Covid-19 identificadas até o momento.
Sabendo dos problemas que o uso de medicamentos sem prescrição pode provocar, a Consulta Remédios listou os cinco principais riscos para a saúde com a automedicação durante a pandemia:
1 - O uso recorrente de medicamentos sem prescrição médica pode sobrecarregar os rins e fígado, provocando doenças como as insuficiências renal ou hepática;
2 - Dificultar o diagnóstico de determinadas doenças e atrasar o tratamento adequado, agravando o problema;
3 - Alguns medicamentos, como os antibióticos, podem aumentar a resistência dos microorganismos e comprometer a eficácia do tratamento quando utilizados sem prescrição médica;
4 - Medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos são os principais causadores de intoxicação pelo uso de remédios. A superdosagem pode levar até à morte;
5 - A interação com outros medicamentos ou problemas de saúde pré-existentes, como a diabetes, podem ser agravados com a automedicação. Por isso é importante a prescrição por um médico que conheça o histórico da pessoa que será tratada.