O Dia Mundial de Combate ao Câncer, que tem como referência o mês de fevereiro, é uma data para ser lembrada todos os dias, já que é essencial para destacar a luta individual de cada paciente e de sua família.
Além disso, as campanhas de conscientização trazem informações valiosas à população e ajudam neste desafio. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Combate ao Câncer), serão 704 mil novos casos de câncer a cada ano no País durante o triênio 2023-2025, e 70% deles estão previstos para as regiões Sul e Sudeste.
“A ciência e tecnologia como ferramentas no combate ao câncer tem evoluído muito, e várias doenças antigamente incuráveis ou com chances baixas de cura hoje são muito mais facilmente vencidas. Infelizmente, tanto no Brasil quanto no mundo, há um abismo de acesso às melhores técnicas no tratamento da doença. Vencer as barreiras de custo e barreiras sociais estão entre os maiores desafios que temos na atualidade”, lembra o médico Bruno Scardazzi Pozzi, que é especialista em oncologia clínica, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Médico da Oncolar (Centro de Tratamento Oncológico do Hospital Evangélico de Londrina).
Todo tratamento de câncer deve ser abordado de forma multidisciplinar, envolvendo vários profissionais de saúde para ajudar o paciente durante toda jornada.
Médicos como o oncologista clínico, o cirurgião, o radioterapeuta, o paliativista entre outros, e também as equipes de psicologia, enfermagem, fisioterapia e nutrição.
Cercar o paciente em todas as frentes, de modo que ele tenha um suporte adequado e harmonioso em todas as suas carências. O maior problema ainda é acesso ao tratamento público limitado em muitas regiões, o que é uma barreira social a ser superada.
“Temos excelentes serviços de hospitais públicos e filantrópicos, porém não é a realidade em todo país. Além disso, o paciente enfrenta uma doença que ainda é cercada por estigmas, e lidar com as limitações físicas e emocionais causadas pelo tratamento são conduções complexas”, pontua o especialista.
O diagnóstico precoce e o tratamento imediato do câncer são fundamentais para aumentar as chances de cura.
“Com os avanços em diagnósticos e análises genéticas, cada vez mais é possível identificar precocemente aqueles que estão em maior risco de desenvolver a doença e agir preventivamente. Acredito que o uso mais frequente do rastreio genético, e do uso da imunoterapia, que embora não esteja indicado em todos os casos, tem trazido um impacto benéfico e muito importante na vida de muitos pacientes. É importante continuarmos investindo na ciência e tecnologia para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com câncer e suas famílias", lembra Pozzi.
Neste momento, entre a descoberta do doença e o tratamento, é relevante a rede de apoio, sejam de familiares ou amigos, e atentos para tirarem todas as dúvidas com o médico. E tomar cuidado com informações que recebem de terceiros ou pela internet.