O Fevereiro Roxo foi criado especialmente para falar sobre problemas de saúde como o Alzheimer e leucemia, doenças que são comuns em seres humanos. Mas a data também chama a atenção para a saúde dos pets idosos, em especial, para as neurodegenerativas, como a síndrome da disfunção cognitiva canina (SDCC).
O problema atinge o sistema nervoso central que acomete o cérebro dos animais idosos, causando uma série de alterações comportamentais, como alteração no aprendizado, a interação e a resposta a estímulos. Além disso, alguns estudos mostram que o distúrbio pode afetar a memória do cachorro.
O coordenador do curso de medicina veterinária da Unopar, Flávio Antônio Barca Junior, explica que a doença neurodegenerativa, normalmente, é subdiagnosticada nos estágios iniciais.
“Por acometer os cães idosos, muitos tutores acabam achando normal e acabam dizendo que se tornaram rabugentos, mas essas alterações são sinais de alguma anormalidade na saúde do animal. A SDCC é bem parecida com o Alzheimer humano e só acomete os idosos, porém vale alertar que o envelhecimento dos cachorros segue um ritmo diferente variando conforme o porte. Quanto maior é o pet, mais rápido é o seu envelhecimento”, explica o coordenador.
De acordo com o médico veterinário os donos devem observar alguns pontos no comportamento do cão e caso haja alteração no sono, xixi e cocô em locais fora do comum, mudança de comportamento com o tutor, esquecimento de comandos aprendidos e, principalmente, a diminuição da orientação, fazendo com que o cão fique perdido pela casa, é recomendado uma consulta com o especialista.
Barca destaca que a doença não tem cura, porém, existem tratamentos para retardar a síndrome e melhorar a qualidade de vida do cão.
“O tratamento é feito com mudanças na dieta e a introdução de uma suplementação nutricional com uso de vitaminas, antioxidantes, além disso, o uso de fármacos específicos para a síndrome da disfunção cognitiva canina. O enriquecimento mental através do enriquecimento ambiental do local de convivência do animal também colabora com o tratamento e melhora a qualidade de vida ao animal”, finaliza.