Na última quarta-feira do mês de abril é comemorado Dia Internacional do Cão-Guia. Contudo, infelizmente, ainda há um longo caminho de conquistas para percorrer antes de comemorar. Isso porque, o número de cão-guia no Brasil ainda não é suficiente para atender à demanda necessária.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem mais de seis milhões de pessoas com alguma deficiência visual e cerca de 200 cães-guia em atividade. No mundo, o problema se repete: existem aproximadamente 98 organizações que formam os cães, em 33 países, associadas à Federação Internacional de Cão-Guia.
A data, no entanto, homenageia a importância que o animal exerce na vida de uma pessoa com deficiência visual. Historicamente, as primeiras documentações de cães exercendo o papel de guia são do século 16. Segundo a Federação Internacional de Cães-Guia, o primeiro treinamento especializado neste suporte foi em meados de 1780, no hospital para deficiência visual Les Quinze-Vingts, em Paris, mas apenas em 1916 foi fundada a primeira escola exclusiva para a formação do cão-guia. Um importante passo, afinal, o cão se torna extensão do corpo da pessoa com deficiência visual.
Além de guiar, o cão tem o papel de promover a inclusão através do aumento das interações sociais, ganho de autoestima entre outros benefícios.
Entretanto, a formação de cães-guias é uma tarefa que encontra muitas adversidades, desde a ausência de recursos financeiros para a manutenção e treinamento dos animais até a falta de centros especializados que ofereçam o serviço. No entanto, há uma luz no fim do túnel: com a missão de minimizar essas barreiras, existem instituições que treinam o cão-guia e doam à pessoa com deficiência visual, como o Instituto Magnus.
Conheça o Instituto Magnus
Entidade de assistência social, o Instituto Magnus surgiu em novembro de 2015 para promover a inclusão social, a convivência familiar e comunitária e a cidadania às pessoas com deficiência visual.
Inserido na esfera da inclusão social das pessoas com deficiência visual, a atuação do Instituto Magnus é ampla e vai além do treinamento e entrega de cães-guia. Suas atividades também visam promover a conscientização e educação para uma sociedade mais inclusiva por meio de palestras informativas e educativas em escolas e empresas, vivências, dinâmicas de grupos e ações de divulgação para engajamento de pessoas à causa.
Instrutor: a importante peça na formação de um cão-guia
O treinamento eficiente do animal é de suma importância no sucesso da tarefa de guia. No Instituto Magnus, por exemplo, os instrutores permanecem, em média, três anos em fase de aprendizado e passam por diversos módulos seguindo os padrões da Federação Internacional. Inicialmente apenas acompanham os instrutores e observam as atividades e depois a situação se inverte, até chegar a fase em que realizam as atividades com autonomia.
Existem profissionais dedicados ao desenvolvimento dos filhotes e socialização e outros ao treinamento específico do cão, entrevista da pessoa com deficiência visual e treinamento e acompanhamento da dupla.
A supervisão do cão-guia não acaba quando ele é doado para uma pessoa, pois após essa passagem, o instrutor ainda faz a adaptação e acompanha o animal por períodos determinados – sua aposentadoria.
Como agir quando estamos no mesmo ambiente que o cão-guia
É sempre muito difícil resistir à fofura dos cães, não é mesmo? Mas quando encontramos um cão-guia é preciso sempre lembrar que eles estão trabalhando, e qualquer desvio de atenção pode ser prejudicial à segurança do animal e do seu tutor. Então, quando estiver no mesmo ambiente, lembre-se:
• Não toque e nem acaricie o cão-guia enquanto ele estiver trabalhando;
• Não ofereça alimentos;
• Se quiser interagir com o cão, solicite primeiro à pessoa;
• Se quiser oferecer ajuda, também se dirija a pessoa com deficiência visual;
• A lei federal 11.126/2005 e o decreto 5.904/2006 asseguram o direito do ingresso e permanência do cão-guia junto com instrutor, treinador ou voluntário socializador em qualquer ambiente de uso coletivo.