O seu gatinho está rebelde e desobediente? Calma, é só a adolescência felina. Assim como os humanos, os gatos também passam por um período em que podem apresentar mudanças no comportamento, tornando-se mais reservados, briguentos e territorialistas.
Segundo a AAFP (Associação Americana de Médicos de Felinos) e a AAHA (Associação Americana de Hospitais Animais), a juventude felina é o período que vai do primeiro ao sexto ano de vida. Apesar de já serem considerados adultos nessa fase que antecede a maturidade plena, eles ainda podem ser bem bagunceiros.
"Gato adolescente é aquele que está com vontade de ir para a balada", brinca a veterinária especialista em felinos Vanessa Zimbres, proprietária da Clínica Gato é Gente Boa, em Itu (SP).
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"Nessa fase, os machos têm o instinto de sair da colônia e procuram passear mais na rua para explorar novos locais. Assim, eles acabam ficando mais propensos a brigas por território e até a doenças infecciosas, como FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) e Felv (Vírus da Leucemia Felina) , além de carrapatos e vermes", observa.
As fêmeas têm alterações hormonais no período do cio, ficam mais agitadas e muitas vezes tentam dar uma escapadinha para encontrar um parceiro.
Por segurança, é recomendado é que os gatos sejam criados dentro de casa e sem acesso à rua. Dessa forma, eles não correm risco de serem atropelados ou agredidos.
No entanto, conforme os filhotes crescem, eles começam a mostrar a necessidade de conquistar um espaço próprio. Aquele relacionamento amistoso entre os irmãos, típico dos filhotes, pode ficar um pouco mais comprometido.
"Quando a gente é criança, é normal dividir o mesmo quarto. Mas, na adolescência, existe essa busca pela individualidade. Com os gatos é a mesma coisa. Eles precisam de uma caixa de areia só deles, um comedouro exclusivo, um espaço para descansar", conta a veterinária.
"Quando os recursos são limitados, eles podem acabar brigando. O papel do tutor é separar e colocar cada um em um cômodo, ou, se no mesmo cômodo, um em cada território", diz.
Com a saída da infância, as brincadeiras espontâneas também tendem a diminuir e o tutor assume um importante papel para combater o tédio. O ideal é oferecer, pelo menos, 15 minutos diários de estímulos. Vale brincar com varinhas, bolinhas e túneis. O que importa é não ficar parado.
Uma das maneiras de frear as transformações causadas pelos hormônios da puberdade é a castração, afirma Vanessa. O ideal é que o procedimento seja feito antes desse período, por volta dos quatro meses de vida do filhote.
"A castração diminui a velocidade do metabolismo entre 30% e 33%. Como o gato costuma ficar mais sedentário na juventude, a gente precisa ficar atento para não ter um ganho excessivo de peso", alerta. "Às vezes, nós precisamos oferecer até uma alimentação diferenciada".